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'Não, não ao indulto', diz Fernando Haddad

Em entrevista a rádio, candidato do PT à Presidência disse que ex-presidente petista não quer favor e sim reconhecimento do que qualifica como erro da Justiça

18 set 2018 - 08h59
(atualizado às 09h58)
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O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta terça-feira, 18, que não vai dar indulto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato. "Lula é o primeiro a dizer que não quer favor, quer reconhecimento do erro do Judiciário". Pressionado, Haddad, pela primeira vez, negou: "Não. Não ao indulto", disse, em entrevista à Rádio CBN e ao portal G1.

Questionado se colocaria Lula em um ministério, Haddad desconversou. "Acho essa pergunta muito pequena para um cara da estatura do Lula. Ele só aceitou ser ministro da Casa Civil (em 2016) porque estávamos prevendo que um golpe de Estado aconteceria como aconteceu", disse, em relação ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

O candidato disse ainda que apoiaria Ciro Gomes (PDT) em um segundo turno, assim como receberia apoio do adversário. "O Brasil está correndo risco de entrar numa nova aventura. Eu gosto do Ciro, sou amigo dele, pretendo estar junto com ele nessa caminhada. Não deu no primeiro turno. Nós pertencemos ao mesmo campo político contra esse obscurantismo que hoje está vigente no País", afirmou.

Petrobrás

Ao falar da política de preços da Petrobrás e das consequentes altas nos combustíveis - o querosene de aviação, por exemplo, superou os R$ 3,30 e já está cotado no maior valor desde 2002 -, Haddad citou o governo de seu padrinho político, dizendo que na sua gestão o País teve uma política de preços que levava em conta a rentabilidade da Petrobras e também os seus custos.

Apesar da crítica à gestão Dilma, o candidato do PT disse que o pior dos erros nesse setor foi cometido por Temer. "Ele trouxe enorme prejuízo ao País, ao atrelar o preço doméstico à cotação especulativa dos preços internacionais. Essa política foi implantada em julho de 2017 por Pedro Parente, determinando que os preços de derivados de petróleo comercializados pela empresa poderiam acompanhar diariamente as oscilações internacionais da cotação do óleo cru".

Já na gestão Dilma, houve uma política de represamento e um controle de preços para subsidiar os combustíveis e ajudar a conter os índices inflacionários. A política do governo Dilma conseguiu segurar os preços dos combustíveis, mas também resultou em contas bilionárias para a Petrobras, que obrigou a estatal a arcar com a falta de paridade internacional. "Se tem repique inflacionário, tem outra forma de corrigir do que por administração de preço público", reiterou Haddad.

Bancos

O ex-prefeito de São Paulo reiterou que, se eleito, pretende taxar as instituições financeiras. "Quanto mais juros os bancos cobrarem, mais impostos pagarão. Quanto menos juros cobrarem, menos impostos irão pagar. O banqueiro terá de pagar do bolso dele quando aumentar os juros e não tirar do bolso do trabalhador".

Segundo Haddad, ele não pretende aumentar a carga média tributária, mas sim taxar bancos e quem ganha mais. "Vamos isentar do Imposto de Renda de quem ganha até cinco salários mínimos", emendou. Ao falar em taxar os bancos, Haddad disse que isso não foi feito nas gestões do PT porque "é muito difícil mexer em vespeiro". "E por falar nisso, quero mexer também no vespeiro da concentração dos meios de comunicação", destacou.

Estadão
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