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Não acho que Valdemar Costa Neto é dono do voto do PR, diz Marina Silva

Em sabatina do SBT/UOL/Folha, candidata da Rede disse não acreditar que partidos são donos de votos e reafirmou que vai governar com os melhores das legendas

4 set 2018 - 15h26
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Para a candidata da Rede, Marina Silva, não há nada de ingênuo em dizer que há pessoas boas em todos os partidos. A presidenciável disse nesta terça-feira, 4, que partidos não são donos dos votos de seus deputados e citou como exemplo o presidente do PR, Valdemar Costa Neto, que foi preso no mensalão e está coligado com o tucano Geraldo Alckmin nesta eleição.

"Não posso achar que o (Valdemar) Costa Neto é um dono do voto da sua bancada", afirmou, durante a sabatina do SBT/UOL/Folha. "Não vou entrar na lógica de que os partidos são donos dos votos dos parlamentares".

Sob a insistência dos entrevistadores de como governar com um Congresso que tanto critica. "Não ouço isso de outros partidos, que pessoas boas existem em todos os partidos. Estou dizendo isso desde 2010 e me chamam de Pollyanna", disse a candidata, em alusão à obra de Eleanor H Porter, em que a protagonista é jovem e inocente, fica órfã aos 11 anos de pai e mãe e vai morar com uma tia maldosa.

Questionada pelos entrevistadores se suas críticas ácidas não poderiam indispor, previamente, sua relação com os parlamentares, a ex-senadora disse, pelo contrário, está "dando a oportunidade para que possam fazer alianças com base num programa.

A candidata manteve seu posicionamento de que será possível governar com o próximo Congresso, mesmo com suas críticas e apenas um partido na sua coligação, o PV de seu vice, Eduardo Jorge. "Se alguém vier me dizer que só vai votar, se eu tiver que pagar pelo voto dele, eu vou denunciar", disse, enfaticamente.

Na avaliação da ex-ministra, se for eleita, é um sinal de que a própria sociedade quer mudar a "métrica" e a "ética" das negociações com o Congresso. A Rede tem apenas três parlamentares: dois deputados, Miro Teixeira e João Derly, e um senador, Randolfe Rodrigues. Na última janela partidária, teve a debandada de dois dos seus cinco parlamentares.

Marina disse que é preciso 'critério' sobre subsídios

Os programas de subsídios, subvenções e renúncias fiscais do Governo Federal deverão ser reavaliados em um eventual governo de Marina, disse a candidata. "Temos que ter critérios sobre subsídios. Da forma como estamos, não tem condição de continuar", afirmou.

O Refis, programa de refinanciamento de dívidas de empresas com o governo, foi criticado pela candidata. "Queremos acabar com a farra do Refis. Hoje boa parte dos recursos que poderiam ser investidos em áreas importantes estão sendo destinados ao perdão de dívida", comentou. "É muito fácil defender o mercado e a livre iniciativa depois de ir ao balcão do governo recorrer a todo tipo de isenção", afirmou a ex-ministra.

A candidata evitou apontar setores que poderão receber incentivos em seu eventual governo. "Todos têm de fazer um sacrifício para o País ter investimento e voltar a crescer. Não podemos escolher agora meia dúzia de ungidos. Nosso compromisso é avaliar e rever isenções com critérios, além de acabar com a farra do Refis", ressaltou.

Estadão
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