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Na Bahia, Rui Costa é favorito e retoma vínculo com Lula

Desconhecido em grande parte do território baiano, o opositor José Ronaldo (DEM) age para reverter sua situação

15 ago 2018 - 20h04
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SALVADOR - Com sete postulantes, a campanha pelo comando do governo da Bahia nas eleições 2018 terá sua largada formal na quinta-feira, 16, apontando para a tradicional tendência de polarização entre PT e DEM no Estado. Assim, a corrida tende a ter como protagonistas o petista Rui Costa, que tenta a reeleição, e o ex-prefeito de Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia, o democrata José Ronaldo.

Com um arco de alianças formado por 14 partidos, Rui Costa desponta como favorito, respaldado em uma administração bem avaliada, acima dos 70%. Entretanto, o coordenador geral da campanha, Jerônimo Rodrigues, afirma que os números não serão levados em conta. "Eleição se ganha nas urnas", ressalta, antecipando que o governador vai fazer valer o apelido de "Rui Correria" que ganhou devido ao ritmo de trabalho que diz estar imprimindo na administração estadual, e irá cair na estrada.

"Neste momento não nos interessam números de pesquisa. Vamos trabalhar muito, viajar muito, faremos uma média de 15 a 16 municípios por viagem de fim de semana, já a partir dessa sexta-feira, 17. Na quinta, inauguramos o comitê oficial da campanha, o governador participará do debate entre candidatos ao governo na Band e no dia seguinte, cedo, já estaremos na estrada. A partir daí teremos uma maratona de viagens, carreatas, comícios, reuniões e gravações de programas para os programas de rádio e TV", completa Rodrigues.

Sobre o entendimento de que Rui Costa é um petista que conseguiu descolou a sua administração do desgaste de imagem provocado pela Lava Jato no PT, Rodrigues garante que a figura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela operação, estará presente em toda a campanha. "Todo o nosso material trará a imagem e a mensagem de 'Lula 13 Presidente'", diz, acrescentando, que o governador viajou a Brasília, nesta quarta-feira, 15, ao lado do candidato ao Senado Jaques Wagner, para participar do ato de registro da candidatura do petista à presidência da República nas eleições 2018.

Desconhecido em grande parte do território baiano, formado por 417 municípios, o candidato do DEM, José Ronaldo, terá como principal desafio reduzir essa diferença do opositor e garante que fará esforço concentrado nesse sentido. Marcelo Neves, que está à frente da campanha, informa que o projeto é percorrer pelo menos 200 municípios em 45 dias, reservando, sempre, três dias na semana para agenda na capital, Salvador. Na pré-campanha, ele visitou cerca de 100 cidades.

"A questão do desconhecimento é uma realidade que se resolverá com o início da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, além das viagens. Ninguém pode negar que quatro anos atrás o hoje governador também era um ilustre desconhecido, até mais que José Ronaldo e, no entanto, ele se elegeu", compara.

Na terça-feira, 14, a política baiana foi marcada pelo anúncio feito pelo deputado federal e presidente estadual do PSDB, João Gualberto, de que não concorreria mais à reeleição, por desencantamento com o mundo político. Embora se trate de uma liderança expressiva na oposição a Rui Costa, Marcelo Neves não vê no fato um problema a mais na caminhada do Democrata, que entrou em cena com a desistência do prefeito de Salvador, ACM Neto, à corrida estadual. "É só uma questão de acomodação interna do PSDB", minimizou.

Estadão
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