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Mesmo com candidatura própria do MDB-MG ao governo, membros da sigla apoiam postulação de Anastasia

Insatisfeito com destituição de diretório estadual, em julho, grupo ligado a Antônio Andrade passou a apoiar candidato tucano nas eleições 2018

5 set 2018 - 05h12
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BELO HORIZONTE - Mesmo com o lançamento da candidatura do presidente da Assembleia Legislativa de Minas, Adalclever Lopes, ao governo do Estado, o MDB mineiro tem enfrentado dissidências internas, com muitos integrantes declarando apoio a outros postulantes ao Palácio da Liberdade nas eleições 2018 - principalmente Antonio Anastasia (PSDB).

Em julho, o MDB mineiro teve o diretório estadual destituído, em uma intervenção da direção nacional do partido. O então presidente da legenda, Antônio Andrade, foi retirado do cargo, e uma nova direção assumiu. Por esta razão, o grupo ligado a Andrade tem anunciado apoio a Anastasia. O MDB é o partido que mais tem prefeituras em Minas Gerais: 167.

"É questão de vergonha na cara não apoiar o Adalclever. Fomos expulsos da direção do partido", justificou o deputado estadual Antonio Julio, que integrava a antiga diretoria do MDB mineiro. Julio afirmou que desistiu de disputar cargo nas eleições deste ano por conta da coligação formada em torno de Adalclever - além do MDB, a chapa é formada por PV, Podemos, PRB e PDT. "Eu teria uma votação expressiva, mas não conseguiria me eleger", disse.

O prefeito de Araguari, no Triângulo Mineiro, Marcos Coelho (MDB), disse que o apoia Anastasia mas por conta da ligação que tem com o candidato a vice, Marcos Montes, do PSD. "Quando mudou a direção do partido, eles não consultaram os prefeitos", disse Coelho.

O presidente interino do MDB, deputado federal Saraiva Felipe, afirmou que a diretoria provisória tomou conhecimento da divisão interna do partido e pretende "endurecer" contra os dissidentes. "O partido pode exercer a sua prerrogativa de expulsar alguns membros. Vamos fazer alguma coisa com essa infidelidade explícita", ameaçou.

Nesta terça-feira, 4, Antonio Anastasia se reuniu com cerca de 100 prefeitos do PSDB e comemorou o fato de atrair "diariamente" apoio de chefes do executivo municipal de partidos de outras coligações, principalmente do MDB. "Fico muito feliz, pois muitos prefeitos são testemunhas da forma como eu administrei o Estado, mesmo o MDB sendo oposição naquela época", disse.

PT. O deputado federal Fábio Ramalho (MDB-MG) disse que não fará campanha para o candidato de seu partido ao governo mineiro. "Eu tinha prometido ao Adalclever que o ajudaria a ser senador, foi isso que ele havia me pedido antes", disse, afirmando que votará no governador Fernando Pimentel, que tenta a reeleição pelo PT, mas não participará ativamente da campanha petista.

Estadão
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