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Meirelles diz que investigações contra Temer não afetam campanha

Além do presidente, ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco são investigados pela PF por repasses de R$ 10 mi para o MDB em 2014

6 jun 2018 - 20h14
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BRASÍLIA - O pré-candidato do MDB ao Palácio do Planalto, Henrique Meirelles, disse nesta quarta-feira que investigações conduzidas pela Polícia Federal contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Minas e Energia) não atingem sua campanha. Os três são alvo de inquérito aberto para apurar repasses de R$ 10 milhões da Odebrecht para o MDB, em 2014.

"Não há razão para que a minha candidatura seja afetada. O presidente e os ministros vão se defender e mostrar quais suas razões, suas condutas e compete à Justiça e às instituições uma apuração normal", afirmou Meirelles, ex-ministro da Fazenda, após sair de uma reunião com a bancada do MDB na Câmara.

Questionado se a crise enfrentada pelo governo não poderia contaminar sua campanha, Meirelles demonstrou ter uma resposta na ponta da língua e desviou da polêmica. "Não vejo por que. O presidente Temer fez uma administração bem sucedida, tirou o Brasil da maior recessão da história e a inflação está controlada", afirmou.

Em recente entrevista ao Estadão/Broadcast, Meirelles disse não querer ser associado a rótulos, mas depois argumentou que foi mal interpretado. "Não sou o candidato do mercado, não sou o candidato do governo, não sou o candidato de Brasília. A minha proposta é a (...) do meu histórico", declarou ele, na semana passada.

Nesta quarta-feira, Meirelles procurou minimizar o mal-estar provocado pelo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que chegou a solicitar que ele retirasse a candidatura ao Palácio do Planalto, junto com outros presidenciáveis, em nome da unidade do centro político. "O ministro está preocupado com a evolução dos acontecimentos, mas isso é normal. Estamos juntos", desconversou.

Na prática, Marun - que participou da reunião com Meirelles e a bancada do MDB, nesta quarta - foi enquadrado pelo presidente Michel Temer. Em conversa reservada, Temer pediu ao auxiliar que parasse de incentivar o "fogo amigo" contra Meirelles.

O ex-titular da Fazenda mostrou não acreditar na possibilidade de uma única chapa do bloco de centro para disputar as eleições de outubro. Ao ser indagado se considerava possível essa hipótese, defendida no manifesto "Por um Polo Democrático e Reformista" -- uma iniciativa liderada por dirigentes do PSDB e PPS --, Meirelles abriu um sorriso.

"Possível é, mas tem de ser em torno de quem tem condições de ganhar", respondeu o pré-candidato do MDB. "Os candidatos dos extremos já disputaram eleições e são conhecidos. Nosso nome é o que tem se mostrado com mais condições de crescer."

Vídeo

Também nesta quarta, o ex-ministro enviou vídeo a integrantes do MDB no qual pede apoio para ser escolhido como candidato oficial do partido à Presidência da República durante a convenção partidária, prevista para o final de julho. No vídeo, de cerca de 2 minutos e meio, Meirelles se apresenta e pede licença para falar sobre o projeto do "nosso partido".

Além do vídeo, Meirelles deve começar a viajar pelo País para encontros com integrantes dos MDB nos Estados. A agenda começa na próxima sexta-feira, 7, quando vai para o Rio de Janeiro. Nessa estratégia, também realizou encontros com senadores do partido em abril e, nesta quarta-feira, com deputados federais da legenda.

Por outro lado, emedebistas do Rio Grande do Sul e o 1º vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (MDB-MG), defendem como candidato o ex-ministro Nelson Jobim. Já o senador Renan Calheiros (MDB-AL) quer lançar o senador Roberto Requião (MDB-PR) para disputar a convenção com Meirelles. (Igor Gadelha)

Estadão
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