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Política

MT: deputado preso pela PF confirma candidatura ao governo

O deputado estadual José Riva (PSD) foi preso pela Polícia Federal na Operação Ararath, que apura crimes de lavagem de dinheiro e contra o sistema financeiro

1 jul 2014 - 01h13
(atualizado às 01h21)
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O deputado estadual José Riva (PSD), preso pela Polícia Federal na quinta etapa da Operação Ararath, dia 20 de maio deste ano, confirmou, na noite dessa segunda-feira, durante a convenção do partido, que de fato é candidato ao governo do Estado de Mato Grosso.

A Operação Ararath apura crimes de lavagem de dinheiro e contra o sistema financeiro. A candidatura dele, que tem forte base eleitoral no interior do Estado, foi homologada, mediante a promessa de vitória já no primeiro turno. “A força da base vai decidir essa eleição”, garantiu o deputado.

Riva, que tem foro privilegiado e vai continuar tendo caso seja eleito, ficou preso três dias, na Penitenciária Central da Papuda, em Brasília, e agora responde ao processo da Ararath em liberdade. Ele também responde a dezenas de outros processos, por diversos crimes, entre eles peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Questionado se teme que sua candidatura seja barrada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por conta desses problemas jurídicos, o deputado respondeu que acredita nas instituições e as respeita, mas ouviu juristas, que o estimularam a seguir em frente. “Fiz uma consulta a vários juristas e eles disseram que o meu nome está elegível, e eu estou acreditando nesses juristas, até porque tem outras pessoas homologando candidaturas e que estão na mesma situação que eu”, disse.

Riva afirmou também que é uma pessoa determinada, que não tem nada a temer, somente a Deus. “Até porque eu não roubei, eu não matei, eu não desviei dinheiro”, assegura. O deputado argumenta que como governador poderá realizar as transformações que deseja e que não dá conta de fazer como parlamentar.

José Riva é um dos políticos mais influentes do Estado. Não por acaso entrou na convenção do PSD carregado nos braços pelos colegas de partido no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá.

O cerimonial informou que 73 prefeitos, sendo 38 do PSD, e pelo menos 300 vereadores estavam presentes entre mais de 3 mil pessoas. “Eu recebo em média, por dia, de 50 a 60 whatsapps. Nesses dias, recebi mais de 1.200 apoiando a minha candidatura”, orgulha-se.

O deputado está buscando o entendimento com o PMDB, tentando trazer o partido do atual governador Silval Barbosa para uma composição com o PSD e pelo menos cinco partidos nanicos, que já manifestaram apoio a Riva - PT do B, PRTB, PTN, PEN e PTC.

O atual governador também foi preso durante a quinta etapa da Operação Ararath, enquanto a Polícia Federal cumpria mandado de busca e apreensão na residência dele. A PF procurava um caderno o qual ele usaria para anotar transações financeiras ilegais. Foi o que o empresário Mendonça Júnior, também investigado pela Operação e beneficiado pela delação premiada, narrou à PF, que não encontrou nenhum caderno mas sim uma arma com posse irregular. Por conta da arma que o governador foi levado à superintendência da PF, mas pagou R$ 100 mil de fiança e foi liberado no mesmo dia.

Acontece que o PMDB já está em avançada negociação com o candidato do PT, o médico Lúdio Cabral que foi vereador em Cuiabá por três mandatos e passou perto de ganhar a eleição para prefeito de Cuiabá em 2012. O PMDB já indicou para vice o nome da deputada estadual Teté Bezerra, esposa do deputado federal, Carlos Bezerra, presidente do partido no Estado. Bezerra também é considerado um dos políticos mais influentes de Mato Grosso.

O PT formalizou na noite desta segunda-feira a candidatura de Cabral. Quanto ao nome para a vice-governança, Cabral assegura que vai acatar a indicação do PMDB, embora tivesse anunciado, ainda extraoficialmente, que a chapa seria ele e o empresário peemedebista Rogério Ferrarin, de Lucas do Rio Verde, cidade que fica no “coração” do agronegócio.

A candidatura de Riva pode complicar até mesmo a vida do senador Pedro Taques (PDT), que deve largar na frente, conforme já indicou pesquisa Vox Populi, realizada no Estado, de 9 a 12 de maio, em que ele aparece com 48% das intenções de votos. Em favor de Taques, já está consagrado um arco de alianças formado por 13 partidos, entre eles o PSDB e o DEM. O nome de Taques foi homologado na convenção do PDT, sexta-feira passada (27).

Os nomes de outros dois candidatos de menor peso eleitoral também já estão homologados. O PHS confirmou em convenção hoje o jornalista José Marcondes, o Muvuca, para governo, e o PSOL foi o primeiro a fazer sua convenção, dia 14 de junho, lançando o advogado José Roberto Freitas Cavalcante.

Fonte: Especial para Terra
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