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Maia não descarta apoiar candidatura que unifique "centro"

6 jun 2018 - 11h04
(atualizado às 11h12)
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O presidente da Câmara e pré-candidato à Presidência da República, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira que não teria problema em apoiar eventual candidatura do chamado centro que consiga consolidar esse campo, mas lembrou que ainda não surgiu esse nome no atual cenário e, portanto, seguirá na tentativa de se viabilizar na disputa presidencial.

O deputado, que participou de sabatina com presidenciáveis organizada pelo jornal Correio Braziliense e pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), criticou o que convencionou-se chamar de centro, e avaliou que enquanto não houver uma clara liderança, é legítimo que os nomes já colocados tentem se viabilizar eleitoralmente.

Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, durante sessão da Casa em Brasília
19/02/2018 REUTERS/Adriano Machado
Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, durante sessão da Casa em Brasília 19/02/2018 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Adriano Machado / Reuters

"É óbvio que se tivesse alguém nesse eixo que já tivesse organizado dessa forma, não teria problema de compreender que há um espaço, há um nome que organiza aquilo que eu acredito que seja o meu campo", disse Maia.

"Mas esse nome não apareceu, então de forma legítima tanto eu quanto os outros vamos todo mundo trabalhando para tentar chegar no dia 5 de agosto (após as convenções) com mais força para que se possa construir um princípio de alianças para disputar a eleição", afirmou.

Para o pré-candidato do DEM, o único nome que poderia ser encaixado como um representante do centro seria o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, que até chegou a se filiar ao PSB, mas desistiu de colocar seu nome para a disputa.

"O problema é que nós estamos falando muito em centro e temos que compreender que a sociedade não enxerga o centro como nós enxergamos. Então fica uma conversa, parece, meio de bêbado", avaliou.

"Mas visto como esse candidato que pacifica o Brasil, nenhum de nós conseguiu ainda se colocar, é por isso que é muito difícil você conseguir tomar uma decisão hoje do que vai ser feito."

Na véspera, um grupo de parlamentares e intelectuais lançou manifesto pela unificação do que chamou de campo do "centro", mas o evento não contou com a presença presidenciáveis e nem de dirigentes políticos, com exceção de Roberto Freire, do PPS.

PREVIDÊNCIA E REFIS

Questionado sobre a situação da Previdência, o pré-candidato defendeu que suas regras sejam modificadas e que seja criada uma transição. Maia defendeu a fixação de uma idade mínima, o debate sobre um sistema de capitalização dos que venham a se aposentar e também a situação dos servidores públicos.

O deputado aproveitou para posicionar-se favorável a uma reforma administrativa do Estado brasileiro. Também disse ser contra a sucessão de programas de refinanciamentos de dívidas junto à União, o chamado Refis.

Defendeu ainda uma simplificação e unificação do sistema tributário e disse que um grupo de estudos criado por ele discute o impacto sobre a competitividade de empresas da redução da alíquota do imposto de renda em outros países.

Uma das teses debatidas, disse o presidente da Câmara, seria a redução da alíquota da pessoa jurídica para estimular a competitividade de empresas brasileiras. O parlamentar colocou-se ainda contra a taxação das grandes fortunas.

Maia afirmou que, apesar de se classificar como um neoliberal, não é o momento de se pensar em uma privatização de bancos públicos como o Banco do Brasil, e aproveitou para defender uma desregulamentação do sistema financeiro, de forma a atrair novos atores e proporcionar maior concorrência. Avaliou ainda que a Caixa Econômica Federal deveria definir melhor seu nicho de atuação.

Ainda no tema de privatizações, disse acreditar que a Petrobras pode ter seu tamanho reduzido e defendeu a desestatização da Eletrobras, mas questionou o modelo proposto pelo governo.

Sobre o andamento dos trabalhos na Câmara, negou que haja interferência do processo eleitoral na forma como conduz a Casa, mas admitiu que há uma desorganização da base, seja pela proximidade das eleições, seja pela fragilidade do governo.

"A base está desorganizada, o governo está desarticulado, isso atrapalha o nosso trabalho", justificou. "Se a agenda da Câmara está atrasada, é porque de fato há uma desarticulação do governo muito grande com a base."

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