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Leite diz ainda ter tempo para decidir sobre candidatura ao Planalto: 'Vou usar a pista toda'

Governador do RS esteve com Gilberto Kassab em ato de filiação da ex-senadora Ana Amélia Lemos ao PSD

16 mar 2022 - 13h18
(atualizado às 17h41)
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BRASÍLIA - Embora indique disposição em aceitar o convite de Gilberto Kassab para se filiar ao PSD e concorrer à Presidência, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disse que ainda tem tempo para tomar a decisão e que é preciso apoio político para sua eventual candidatura.

"Vou usar a pista toda, temos pista ainda. O pessoal diz 'é pouco tempo, você não tem mais tempo, faltam 14 dias para tomar a decisão'. Então, vou usar o tempo que eu tenho disponível até onde eu achar que é o limite para tomar essa decisão, porque não depende apenas de mim. A minha disposição é conhecida", disse o tucano, nesta quarta-feira, 16, na Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), em Porto Alegre. Caso decida concorrer ao Palácio do Planalto, ele precisa renunciar ao cargo no Rio Grande do Sul até 2 de abril, mas uma definição é esperada para a semana que vem.

Na manhã desta quarta-feira, 16, Kassab fez um novo apelo para que Leite se filie a seu partido para disputar a Presidência, em outubro. Os dois estiveram juntos, em Porto Alegre, no ato de filiação da ex-senadora Ana Amélia Lemos ao PSD. Kassab disse torcer para que o gaúcho tenha "boas inspirações" nos próximos dias.

Se entrar na disputa pela Presidência, Leite terá o apoio da Federasul. "A sua jornada nacional representa o Estado do Rio Grande do Sul. Se for a presidente, estaremos junto com o senhor", disse o presidente da entidade, Anderson Trautman Cardoso.

Em seu discurso aos empresários, o governador afirmou que o maior desafio do Brasil é "serenar os ânimos". Ele voltou a criticar a polarização política no País e disse que não se sente representado por nenhum dos pré-candidatos ao Planalto, embora tenha ponderado que não quer entrar na disputa para dividir ainda mais a terceira via.

"Não pode ser por vaidade, eu não vou entrar numa disputa para fraturar uma já difícil terceira via, para dispersar ainda mais. Eu quero entrar se for, de fato, para ajudar a aglutinar e tentar ajudar a construir um projeto viável, não para facilitar a polarização", declarou.

Leite fez críticas veladas ao presidente Jair Bolsonaro (PL). "Não se resolve o governo delegando ao Posto Ipiranga. Precisa ter liderança e gestão do governante", disse o tucano, em referência ao apelido dado pelo presidente ao ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda durante a campanha eleitoral de 2018.

O governador também cobrou mais apoio a sua eventual candidatura ao Planalto. "Se tiver apoio político, se tiver gente junto, não apenas de partidos, mas da sociedade civil, movimentos, empresários, lideranças em diversos setores, que eu entendo que tenham a contribuir… é esta conversa que eu estou fazendo", disse. "Eu não tenho medo de enfrentar um desafio como esse, eu tenho disposição e energia, mas eu sei que não depende apenas de mim."

'Cavalo encilhado'

Foi também numa reunião com empresários, em 18 de fevereiro, na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), que Leite passou a usar em público uma expressão popular para indicar a disposição de concorrer a presidente. Na ocasião, ele disse que um "cavalo encilhado não passa duas vezes".

O cavalo encilhado é uma metáfora para se referir à possibilidade de disputar o Planalto, que passou na frente dele pela primeira vez nas prévias no PSDB, em novembro do ano passado. Na ocasião, porém, o gaúcho foi derrotado pelo governador de São Paulo, João Doria. O convite de Kassab, agora, é a segunda oportunidade.

Após se reunir com Kassab em São Paulo, nesta terça-feira, 15, Leite desembarcou em Brasília para conversar com tucanos que tentam convencê-lo a ficar no PSDB. O governador gaúcho se encontrou com o presidente do partido, Bruno Araújo (PE), o deputado Aécio Neves (MG) e o senador Tasso Jereissati (CE).

Leite retornou ao Brasil no início da semana após uma viagem aos Estados Unidos. O governador antecipou o retorno ao País para intensificar a articulação política em torno da possível candidatura ao Palácio do Planalto. O caminho no PSD ficou livre para o gaúcho após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), anunciar que não vai disputar a Presidência em outubro.

Estadão
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