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Horário político: Pandemia estimula gastos das campanhas com TV; veja a divisão do tempo em SP

Candidatos a prefeito de São Paulo destinam mais verba para propaganda eleitoral gratuito do que para internet; com maior aliança, Bruno Covas deve ter 3,5 minutos

30 set 2020 - 13h06
(atualizado às 14h37)
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Em meio à pandemia do novo coronavírus, candidatos à Prefeitura de São Paulo planejam priorizar o horário político na TV na hora de escolher onde gastar o dinheiro reservado para a campanha eleitoral. Marqueteiros avaliam que a covid-19 faz com que os eleitores fiquem mais tempo em casa e tenham menos acesso a redes de dados de internet nos seus locais de trabalho, por exemplo. Apesar do aumento do uso das redes sociais como plataformas de campanha, estrategistas citam o crescimento do tempo médio que o brasileiro passa na televisão nos últimos dois anos.

Com base no tamanho de cada bancada das siglas que formam o arco de alianças dos candidatos, o Estadão Dados calculou quanto tempo cada chapa terá no horário político. Candidato à reeleição em uma coligação com 11 partidos, o prefeito Bruno Covas (PSDB) deverá ter 35% do tempo de propaganda eleitoral de TV e rádio, o que equivale a 3 minutos e 29 segundos, além de 29 inserções diárias de 30 segundos no decorrer da programação da TV aberta.

Márcio França (PSB) deve ficar com 1 minuto e 36 segundos, mais 13 aparições (mais informações nesta página). A Justiça Eleitoral ainda deve divulgar a conta oficial, em reunião que deve ser convocada para sexta-feira. A propaganda de rádio e TV está prevista para começar dia 9 de outubro.

Para ilustrar a importância da TV na campanha, o consultor Carlos Manhanelli, fundador e presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos, lembrou que, em virtude da pandemia, constatou-se que um quarto dos estudantes não tem acesso à internet ou computador em casa. "Isso se traduz em 25% das famílias, uma fatia que decide qualquer campanha majoritária", disse o consultor.

Segundo Manhanelli, a comunicação da campanha é mais complexa. Ele citou o caso das eleições presidenciais de 2018, em que Jair Bolsonaro venceu a disputa com apenas 8 segundos de tempo de TV, ante 5 minutos de Geraldo Alckmin (PSDB), que terminou a corrida com menos de 5% dos votos.

Isso não significa que Bolsonaro teve pouca exposição. "Fiz a minutagem e posso provar que o Bolsonaro teve mais tempo de TV que o Fernando Haddad (candidato do PT, que foi ao segundo turno). Isso ocorreu porque os programas do Haddad falavam mais do Bolsonaro que do Haddad", afirmou.

Estadão
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