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Haddad diz que seu propósito é promover reformas constitucionais

Candidato do PT à Presidência da República nas eleições 2018 afirma que deseja mudanças no regime tributário e bancário

1 out 2018 - 15h05
(atualizado às 15h29)
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CURITIBA - O candidato à Presidência da República pelo PT nas eleições 2018, Fernando Haddad, disse que se o Congresso entender que há a necessidade de se realizar uma Constituinte Exclusiva - desde que tenha uma agenda exclusiva -, não haverá nenhum tipo de problema. Questionado se sua ideia podia ser comparada às recentes declarações do General Hamilton Mourão, vice na chapa encabeçada por Jair Bolsonaro (PSL), Haddad disse que a preocupação era outra.

"Na verdade, a preocupação é de que o Congresso tenha uma agenda de reformas constitucionais importantes e que escolha o caminho mais adequado para fazê-los. Se o Congresso assim entender (por uma Constituinte Exclusiva), o nosso propósito é promover as reformas constitucionais, com a mudança no regime tributário, porque hoje é o pobre que paga imposto; uma reforma do sistema bancário, contra o cartel que se estabeleceu no País e espolia a população cobrando juros extorsivos; a questão dos regimes próprios, muitos Estados e municípios estão quebrados", avaliou.

Segundo ele, isso (a ideia) deveria passar pelo Congresso. "Gostaríamos que o Congresso criasse um rito para apoiar essas medidas, que dê uma segurança jurídica e dê um ambiente de negócios favorável ao crescimento. Só quem não entende de Constituinte diz uma coisa dessas", afirmou.

Haddad também criticou a decisão do ministro Luiz Fux, que proibiu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso na Superintendência da polícia Federal, em Curitiba (PR), de conceder entrevista à imprensa. A decisão de Fux foi contrária à do ministro Ricardo Lewandowski, que já havia autorizado entrevistas de Lula para a Folha de São Paulo e ao SBT.

"Vejo com preocupação, uma nuvem carregada contra um princípio constitucional consagrado nas democracias modernas. Estamos aqui defendendo a liberdade de imprensa; uma democracia só se sustenta com liberdade de expressão, é um direito político e civil, que está sendo prejudicado", comentou.

Acompanhado do candidato ao governo do Estado do Paraná, Doutor Rosinha, e da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, Haddad falou rapidamente com a imprensa, na frente da PF, após uma visita a Lula que durou cerca de três horas. Antes, Haddad havia participado do "Bom dia, Lula" junto com integrantes da Vigília Lula Livre.

Segundo Haddad, o ex-presidente também vê com preocupação a censura à entrevistas. "Lula disse que está à disposição de toda a imprensa para falar sobre programas de governo ou outros assuntos", disse.

Logo após a entrevista, Haddad foi ao centro de Curitiba participar de uma caminhada e em seguida iria ao Sindicato dos Metalúrgicos, onde passaria por uma sabatina.

Estadão
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