Haddad diz que PT apoiaria qualquer outro candidato contra Bolsonaro
Petistas não conseguem fechar aliança ampla contra candidato do PSL, que lidera as pesquisa de segundo turno
O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, afirmou há pouco em evento com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo que, se não houvesse passado ao segundo turno, poderia apoiar "qualquer candidato" contra Jair Bolsonaro (PSL).
"Nós estaríamos discutindo a sério apoiar qualquer outro candidato no segundo turno contra o Jair Bolsonaro, diante da ameaça que ele representa. A nossa elite é o contrário. Está disposta a apoiar qualquer candidato para evitar a retomada do projeto de desenvolvimento com inclusão social que era o que nós estávamos fazendo até que o golpe nos tirou este direito", afirmou.
Segundo ele, a elite brasileira passou os últimos dois anos em busca de um "Macron brasileiro", em referência ao presidente da França, Emmanuel Macron. "Eles acabaram encontrando o Jair Bolsonaro. Seria uma piada, se não fosse tão ameaçador. Esta elite está disposta a tudo", afirmou.
Lembrando o apoio de Mario Covas (PSDB), Leonel Brizola (PDT) e Miguel Arraes (PSB) ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno de 1989, Haddad reconheceu a dificuldade de se reproduzir uma aliança em termos semelhantes.
"Não é fácil fazer hoje porque nos dias atuais a violência hoje é maior que a violência ocorrida em 1989, quando a gente saía do período de arbítrio da ditadura. Nós não vamos voltar a esta situação (de arbítrio), ninguém aqui quer isto", afirmou.
A campanha de Haddad dá como improvável criação de frente ampla contra Bolsonaro e que as declarações de Cid Gomes (PDT) afastaram possibilidade de união de centro-esquerda. O irmão de Ciro disse que o PT precisa fazer mea culpa e assumir que fez "muita besteira" - ou perderá a eleição de forma "merecida".
Bolsonaro lidera a corrida presidencial, com 59% das intenções de voto, na primeira pesquisa Ibope/Estado/TV Globo do segundo turno. A duas semanas da eleição, o deputado e capitão reformado tem 18 pontos porcentuais de vantagem sobre Fernando Haddad (PT), que aparece com 41%.