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Facebook derruba páginas de envolvidos no caso do 'Piauigate'

Rede retira da plataforma perfis que seriam ligados a empresa que pagou por postagens favoráveis a candidaturas petistas

28 set 2018 - 22h32
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O Facebook derrubou de sua plataforma 11 páginas e 42 perfis que teriam ligação com a empresa de marketing digital Follow, investigada pelo Ministério Público por recrutar ativistas digitais para compartilhar notícias e postagens favoráveis a candidaturas petistas. A agência pertence ao deputado Miguel Corrêa Júnior, do PT de Minas Gerais. A página da Follow e as demais foram removidas neste sexta-feira, 28.

Em seu comunicado, o Facebook informou que removeu as páginas e perfis porque a agência estaria recrutando pessoas no Brasil para distribuir conteúdo político que simula ser espontâneo. A rede social afirmou ainda que realizou uma investigação interna e que a rede associada à Follow foi derrubada por violar as políticas de autenticidade da rede social.

O episódio foi revelado há um mês pela influenciadora Paula Holanda no Twitter. Ela disse que foi contactada pela agência Lajoy para fazer postagens políticas de esquerda, com a promessa de pagamento, mas que a orientação das postagens indicava apoio expresso a candidatos do PT como a presidente do partido e candidata à deputada federal, Gleisi Hoffman, e o governador do Piauí, Wellington Dias, que tenta a reeleição.

Ao questionar a orientação da agência, a influenciadora disse que se recusou a publicar e expôs o contato no Twitter. A postagem viralizou, sendo associada às hashtags #piauigate, #cybermortadelas e #mensalinhodoTwitter.

Miguel Corrêa Junior, por meio de sua assessoria, admitiu que a página da Follow foi derrubada, mas que desconhece as outras páginas e perfis mencionados no comunicado do Facebook. Ele relata ainda que a rede social não apresentou aos administradores razões para a derrubada da página da empresa. E nega que haja perfis ligados à Follow, "conforme dito pelo Ministério Público Federal".

A assessoria do deputado apresentou ainda duas sentenças a seu favor, de 10 e 11 de setembro, em que juízes eleitorais julgam improcedente a acusação de propaganda irregular por parte da campanha de Wellington Dias através da Follow e da agência Lajoy por falta de provas de que houve pagamento para a realização das publicações. A ação foi impetrada pela coligação adversária, do candidato Luciano Nunes Santos, do PSDB.

Em nota publicada no Twitter no dia 21 de setembro, Joyce Lafete, dona da Lajoy, relata que sua empresa apenas prestou consultoria para indicação de influenciadores, e não de criação de conteúdo e afirma que foi vítima de "ludibriação".

Estadão
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