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'Estou abrindo mão de um sonho', diz Rands em discurso como candidato a governador de PE

Advogado entregará o cargo de secretário da OEA ainda esta semana para se dedicar a sua campanha nas eleições 2018

5 ago 2018 - 23h05
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RECIFE - No primeiro discurso como candidato ao governo de Pernambuco, o secretário de Acessos a Direitos da Organização dos Estados Americanos (OEA), Maurício Rands (PROS), disse que estava "abrindo mão de um sonho para integrar a luta por um Estado melhor". Em coletiva de imprensa concedida neste domingo, 5, em um empresarial na zona sul do Recife, Rands apresentou a chapa "O Pernambuco que você quer", ao lado da ex-vereadora Isabella de Roldão (PDT) como vice, e o deputado federal Silvio Costa (Avante) na disputa pelo Senado nas eleições 2018.

Maurício Rands é o candidato do PROS ao governo em Pernambuco
Maurício Rands é o candidato do PROS ao governo em Pernambuco
Foto: Divulgação/Maurício Rands / Estadão

A segunda vaga de candidato a senador está reservada para a indicação de outro partido que queira integrar o bloco. Mais cedo, a coligação havia anunciado que o espaço seria ocupado pelo vereador do Recife Jayme Asfora (PROS), contudo, segundo o deputado federal e presidente do PROS em Pernambuco, João Fernando Coutinho, o parlamentar preferiu abidicar da vaga para ajudar o grupo a atrair mais legendas. Coutinho não revelou quais os partidos poderiam ingressar na coalizão, apenas que espera que o nome seja divulgado em 24 horas.

Antes de oficializar o grupo, Coutinho vinha mantendo conversas com a Rede, que tem como candidato ao governo o ex-prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio.

"Sempre quis ser diplomata e o cargo de secretário da OEA é como se fosse um, pois represento o Brasil em um órgão internacional. Estou deixando uma zona de conforto com um excelente salário para compor este palanque que é a alternativa para as duas grandes rejeições que estão aí. O pernambucano agora tem opção", afirmou Rands, que viaja ainda esta semana para entregar o cargo que vinha ocupando a cerca de um ano na OEA.

O candidato que já foi filiado ao PT e ao PSB disse que sua candidatura não se deve apenas à retirada da candidatura de Marília Arraes (PT), que por decisão da cúpula petista não pode concorrer ao governo de Pernambuco e vai disputar uma cadeira na Câmara Federal. "Eu também passei por isso no partido em 2012, quando comecei a construir uma pré-candidatura tentando reconectar a política com as pessoas, isso incomoda as grandes estruturas. Somos pessoas comuns dispostas a apresentar uma política diferente", declarou.

Rands aproveitou para adiantar que seu programa de governo será construído em três grandes eixos: desenvolvimento estratégico, inclusão social e reconstrução política. "É preciso conectar os setores tradicionais da nossa economia com as inovações tecnológicas, promover políticas de acesso aos direitos a todos os desfavorecidos e levar a boa política para as pessoas, nosso outro lema vai ser, nenhum pernambucano deixado pra trás", explicou.

A ex-vereadora do Recife Isabella de Roldão que vai ocupar a vice que teve o nome do candidato a deputado federal Túlio Gadêlha inicialmente especulado para a função, declarou que sua presença na chapa representa a quebra da hegemonia masculina na política. A candidata, que deu à luz a sua filha há 15 dias, prometeu empenho para ajudar Rands junto ao público feminino.

"Não só tem A ou B. Existe alternativa em Pernambuco e uma alternativa onde as mulheres terão oportunidade para ocupar o espaço que também é delas e assim termos igualdade de direitos", disse a candidata.

Palanque para Lula e Ciro

Anunciado praticamente no fim do prazo para a realização das convenções, o bloco "O Pernambuco que você quer" tinha como objetivo, além de ser uma alternativa à polarização protagonizada pelo governador e candidato à reeleição Paulo Câmara (PSB) e pelo senador e candidato Armando Monteiro Neto (PTB), ser o palanque do candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) em Pernambuco. O pedetista tenta vencer o isolamento depois de perder o "centrão" para o candidato Geraldo Alckmin (PSDB) e da decisão do PSB de se manter na neutralidade graças a articulação do PT.

A nova chapa pernambucana, contudo deverá impor a Ciro a necessidade de dividir o espaço com o candidato dos petistas. Defensor ferrenho do ex-presidente Lula - condenado e preso pela Operação Lava Jato -, o deputado federal e candidato ao Senado pelo Avante, Silvio Costa, reafirmou que fará campanha para o petista e que "votará nele ou em quem ele mandar" mesmo criticando o PT, chamando de "banda nojenta" os que articularam a retirada da candidatura de Marília Arraes.

Rands que é do PROS, sigla que na sexta-feira aprovou o apoio a Lula, disse que seu papel será dar espaço para as duas candidaturas. Ele não quis declarar voto.

Estadão
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