'Economia que Bolsonaro e Mourão defendem é a do Temer ao quadrado', diz Ciro
Pedetista também afirmou que 'está de olho' em 43% do eleitorado apontado nas pesquisas que pretende mudar de voto
SÃO CAETANO DO SUL (SP) - O candidato à Presidência nas eleições 2018 pelo PDT, Ciro Gomes, fez duros ataques às falas do vice de Jair Bolsonaro (PSL), General Hamilton Mourão (PRTB), nesta terça-feira, 2.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, após o avanço do presidenciável na última pesquisa Ibope, em que aparece com 31% das inteções de voto, o general voltou a criticar o 13º salário. No aeroporto de Congonhas, em São Paulo, ele classifica o benefício como um "custo" que prejudica tanto trabalhadores quanto empregadores.
"Abaixo desta retórica moralista toda falsa há um projeto de economia política que é o (Michel) Temer ao quadrado", afirmou Ciro, durante ato com sindicalistas na porta da fábrica da GM, em São Caetano do Sul.
Para Ciro, no entanto, ao criticar diretamente o 13° salário, Mourão está sendo apenas "menos malicioso, menos mentiroso" que o capitão da reserva. "Ele (Bolsonaro) já disse que os trabalhadores brasileiros têm de fazer uma opção entre empregos ou direitos", afirmou.
O pedetista afirmou também que os trabalhadores do Brasil precisam "de mais direitos" e não de questionamentos sobre os já existentes. "Nós precisamos preservar a renda do trabalhador", disse.
De olho nos últimos votos
Ciro Gomes afirmou que vê espaço para crescimento do apoio a ele nesta última semana. "Tem 43% do eleitorado que admite mudar de voto e eu tô de olho nisso aí", afirmou, sem, no entanto, deixar de criticar os institutos de pesquisa.
O candidato também advogou mais uma vez contra a polarização política. "Esta confrontação odienta entre Bolsonaro e o PT vai levar o Brasil ao abismo", disse. "Se antes eu dizia que eu queria ser presidente, agora eu falo que eu tenho de ser presidente para enfrentar isso."
Durante a coletiva a jornalistas, realizada na porta da fábrica da GM, um homem passou pela rua gritando "Bolsonaro".
Ciro disse então que vai lutar pela reconciliação do País e contra o "fascismo" que alguns apoiadores de Bolsonaro emanam. Ele também afirmou que vai "tirar a máscara" do capitão da reserva.
Questionado sobre o eventual impacto que a delação do ex-ministro Antonio Palocci poderia ter no quadro eleitoral, Ciro pregou moderação aos eleitores. "Se eu fosse o povo brasileiro não deixaria me levar por estes assuntos de última hora", disse.