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Ciro ataca PT e diz que partido fez 'chantagem' com PCdoB na escolha do vice

Sem citar nomes, o candidato do MDB à Presidência nas eleições 2018, Henrique Meirelles, também criticou a aliança entre os dois partidos

8 ago 2018 - 23h47
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Três dias depois de o PT anunciar o nome do ex-prefeito Fernando Haddad como vice na chapa presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - condenado e preso na Operação Lava Jato - e a deputada Manuela D'Ávila (PCdoB) como "vice do vice", o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) subiu o tom nas críticas aos petistas nas eleições 2018.

"Haddad e Manuela são queridos amigos, mas eu estou preocupado. Isso é um convite à nação para dançar na beira do abismo", disse Ciro.

Segundo ele, a "imensa gratidão" do povo brasileiro a Lula não é o suficiente para deixar todas as regras de lado. "Isso gera confusão. O povo está sendo enganado", afirmou o pedetista aos jornalistas após participar de uma sabatina promovida pelo banco de investimento BTG Pactual.

Segundo Ciro, a decisão do PCdoB de entrar na chapa de Lula foi tomada após o partido ter sido vítima de "chantagem feia" do PT. "Chamaram o PCdoB na chincha e fizeram uma lista dos estados para tirar o quociente eleitoral deles e deixar o partido sem eleger deputado".

Sobre o apoio dos partidos do Centrão a Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro afirmou que nunca acreditou que teria o apoio do colegiado. "Eles me procuraram, mas jamais passou pela minha cabeça que eu pudesse ter o apoio deles".

O candidato do PDT, em seguida, disse que as negociações dele com o Centrão foram feitas para "agravar" o preço do grupo junto a Alckmin. "Não tinha a menor chance deles virem comigo".

Durante a palestra para empresários, Ciro disse ainda que considera "trágico" o governo de Dilma Rousseff e que foi uma imprudência de Lula "colocá-la" no Palácio do Planalto junto com o presidente Michel Temer.

Sobre a escolha da senadora Katia Abreu como vice, Ciro afirmou que ela o aproxima do centro político e das mulheres.

Meirelles também critica chapa do PT

O candidato do MDB à Presidência nas eleições 2018, Henrique Meirelles, também criticou veladamente a composição da chapa entre o PT e o PCdoB.

"Tem um candidato que não vai ser candidato, um vice que vai ser o candidato e uma candidata a nada que será a vice. É uma estratégia complicada. Eu gosto das coisas mais diretas e objetivas", afirmou, após participar do mesmo evento com presidenciáveis.

Meirelles ressaltou tanto no discurso quanto na entrevista que não será candidato nem do governo Lula nem do de Temer. "Sou Meirellista", afirmou. Ele disse que ainda que uma das vantagens do partido que o abriga é o fato de ele "não ter dono".

"O MDB é um partido de líderes regionais e isto é bom, porque estimula a democracia".

"Fui aclamado como candidato por 85% do partido na semana passada e isso é bom pois mostra que estamos unidos."

O ex-ministro da Fazenda afirmou ainda que "tem certeza de que será eleito" em outubro. "As pesquisas qualitativas que fiz antes de sair da Fazenda para ser candidato mostram que meu potencial de votos é elevado quando as pessoas associam meu nome aos avanços do governo Lula", disse.

Estadão
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