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Bolsonaro indica que Aliança não deve ser registrado para as eleições 2020

'Pelo que tudo indica, não dá tempo de sair', afirma presidente, que também minimizou o fato de o TSE ter identificado assinatura de eleitores mortos em lista enviada ao TSE

6 mar 2020 - 20h34
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BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro indicou nesta sexta-feira, 6, que o seu partido em formação, o Aliança pelo Brasil, não deve ser registrado ainda neste ano. "Pelo que tudo indica, não dá tempo de sair", disse. Para ter o registro aprovado e poder disputar eleições, o partido precisa coletar a assinatura de quase 500 mil eleitores, que devem ter firmas reconhecidas em cartório.

O presidente comentou ainda sobre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter identificado a assinatura de sete eleitores mortos na lista de apoios apresentada pelo Aliança, como relevou reportagem do Estado. Apenas um deles de fato morreu após assinar a ficha.

"A questão de mortos, a manchete, acho que foi do Estado de São Paulo, 'Aliança tem...'. São sete mortes. Um, o cara lá assinou a ficha e, na semana seguinte, teve uma acidente de motocicleta. Morreu. Os outros meia dúzia... Só sete, né? De não sei quantos mil, 50 mil. Sete apenas. Era CPF errado, a numeração errada, só isso aí", afirmou.

Nesta sexta-feira, 6, senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), filho do presidente, afirmou que a maioria dos casos se trata de "erro no preenchimento dos dados" - Flávio é vice-presidente do Aliança.

Bolsonaro também negou que vá apoiar candidaturas no primeiro turno nas eleições municipais deste ano. "Pretendo não participar no primeiro turno de qualquer candidatura entre os quase 6 mil municípios do Brasil", afirmou.

O presidente poderá, contudo, apoiar colegas vereadores. "No tocante a vereador, eu tenho um amigo ou outro por aí, vou dar uma força para eles nisso aí", disse. O primeiro turno das eleições ocorre em 4 de outubro. O segundo está marcado para o dia 25 do mesmo mês.

'Vamos voltar a namorar?', diz Bolsonaro a jornalistas

As declarações de Bolsonaro foram dadas na porta do Palácio do Alvorada nesta sexta-feira, 6. Em tom bem-humorado, ele perguntou aos jornalistas: "Vamos voltar a namorar?". A pergunta vem após seguidos dias de ataques à imprensa. Na quarta-feira, 4, o presidente escalou um humorista para responder perguntas dos jornalistas sobre o resultado fraco do PIB, que registrou crescimento de 1,1% em 2019.

No dia seguinte, Bolsonaro questionou a cobertura diária da imprensa no Palácio da Alvorada. "Se vocês sofrem ataque todo dia, o que vocês estão fazendo aqui? O espaço é público, mas o que vocês estão fazendo aqui? O dia que vocês (se) conscientizarem que vocês são importantes fazendo matérias verdadeiras, o Brasil muda", afirmou na ocasião. Bolsonaro ironizou com um "parabéns" a repercussão da imprensa da sua piada sobre o PIB. "Parabéns aí, valeu. Continuem agindo assim. Quando vocês aprenderem a fazer jornalismo, eu converso com vocês", disse.

Nesta sexta-feira, o presidente falou com imprensa, mas evitou responder sobre o envio da reforma tributária. "Outra pergunta", disse. Depois, ao responder perguntas sobre as prioridades de pauta e agenda na viagem aos Estados Unidos, o presidente chegou a dizer que gostaria de falar com os jornalistas sobre, mas o assunto era reservado. "Certas coisas eu vou tomar conhecimento até no voo amanhã (sábado), porque não dá tempo de tratar de tudo durante o dia. É impossível", disse.

O presidente destacou ainda a dificuldade de controlar a atuação de todas as pastas do governo e o fato de não "poder errar" por conta de uma imprensa vigilante. "São 22 ministérios e eles funcionam. Pedem informações para mim de vez em quando, pedem o meu aval, o que é natural. Porque a gente não pode errar. A gente sabe que vocês estão mais do que vigilantes", afirmou.

Estadão
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