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Bolsonaro diz que vai a Brasília para aprovar parte da reforma da Previdência

Segundo presidente eleito, medida serviria para evitar problemas no futuro governo

29 out 2018 - 20h26
(atualizado às 21h13)
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RIO - O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) quer ir a Brasília na semana que vem para destravar a pauta da Previdência. Ele espera destravar ao menos parte da reforma projetada pelo atual governo de Michel Temer, como afirmou na primeira entrevista exclusiva concedida desde que foi eleito, neste domingo.

"Semana que vem estaremos em Brasília e buscaremos junto ao atual governo, de Michel Temer, aprovar alguma coisa do que está em andamento lá com a reforma da Previdência, se não com todo, com parte do que está sendo proposto, o que evitaria problemas para o futuro governo", afirmou.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, durante entrevista a TV Record
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, durante entrevista a TV Record
Foto: TV RECORD/Reprodução / Estadão

Mais cedo, o deputado federal e futuro ministro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), disse, no entanto, que não houve nenhuma tratativa para usar proposta da reforma da Previdência do governo Michel Temer. "Não se pode olhar caixa de curto prazo, como na proposta de Temer", disse o futuro chefe da Casa Civil, afirmando que fala apenas em seu nome. "Defendo reforma Previdência que se faça de uma única vez. O atual governo propôs apenas um remendo, mas a reforma tem de ser de longo prazo", disse.

Bolsonaro reafirmou planos de governo já expostos durante a campanha, como a ideia de privatizar estatais cujas atividades não sejam consideradas estratégicas para o Estado, de se aproximar dos Estados Unidos, e de acelerar as mudanças legais que vão permitir à população o porte de armas.

Sérgio Moro é cotado até ministério da Justiça

Mais uma vez, ele demonstrou vontade de ter o juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, em sua equipe, no Supremo Tribunal Federal (STF) ou no ministério da Justiça. "Se eu tivesse falado isso antes (durante a campanha) soaria como oportunismo. Pretendo conversar com ele (Moro) para ver há interesse da parte dele", disse Bolsonaro.

O nome do coronel da Aeronáutica Marcos Pontes deve assumir a pasta de Ciência e Tecnologia, segundo o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Falta um "pequeno detalhe" para que seja confirmado, disse ele. Essa seria a quarta definição da equipe do próximo governo. Pontes já havia dito que só falta o anúncio oficial para ser confirmado no ministério.

Bolsonaro disse ainda "que ficou no passado" a ideia de aumentar o número de vagas no Supremo Tribunal Federal (STF). "Domingo conversei com Dias Toffoli (presidente do STF), chegando a Brasília conversarei com o presidente do Supremo. Tenho certeza de que teremos uma convivência extremamente harmônica."

'Ninguém quer implodir o Mercosul'

A entrevista à Rede Record durou 30 minutos. Durante a conversa, em tom informal, o presidente eleito disse que irá aos Estados Unidos neste ano ainda, acompanhado de assessores que farão parte da equipe que está montando, como Onyx Lorenzoni. Já a relação comercial do Brasil com o Mercosul deve perder importância.

"Ninguém quer implodir o Mercosul, mas queremos dar a devida estatura para ele", afirmou. Ele ainda defendeu ainda a saída da Venezuela do Mercosul, com o argumento de que fere as exigências democráticas para permanecer no grupo.

Ele contou ainda que, no domingo, recebeu telefonemas protocolares de presidentes de outros países, como da Colômbia, Uruguai, Argentina, Chile, Israel e Espanha. "Obviamente, estou muito feliz porque, apesar de protocolares, houve demonstração de que vamos caminhar juntos desses países".

O presidente eleito citou especialmente o contato com os Estados Unidos, para onde viajará neste ano ao lado de assessores. "Temos muito de ampliar comércio com Estados Unidos", sem depreciar as negociações com outros países, segundo Bolsonaro.

Bolsonaro ainda disse que iniciou a conversa com parlamentares que estarão no Congresso a partir do ano que vem e que aposta na negociação com esses políticos para que tenha seus projetos aprovados. Ele defendeu mais uma vez que a presidência da Câmara não seja ocupada pelo seu partido. E ainda demonstrou disposição de dialogar com candidatos à Presidência com os quais concorreu.

Estadão
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