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Suspeita sobre urnas só vale para presidente, diz Bolsonaro

Em 'live' no Facebook, candidato do PSL disse que não quer falar de fraude eleitoral 'ainda', e mantém posição sobre estatais

12 out 2018 - 23h02
(atualizado em 13/10/2018 às 10h43)
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Foto: Reprodução

Depois de eleger 52 deputados na Câmara - a segunda maior bancada, atrás apenas da do PT - e de terminar o primeiro turno em primeiro lugar, o candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro, voltou a lançar dúvidas sobre a votação eletrônica. Dessa vez, no entanto, o capitão reformado do Exército ressaltou que a suspeição vale somente para a votação para presidente.

O candidato, que fez uma transmissão "live" no Facebook acompanhado de Luiz Philippe de Orleans e Bragança, um dos eleitos deputado federal por São Paulo em seu partido, e disse que sabe de "muito equívoco" na votação do último final de semana e comentou que "a senhora que trabalha" em sua casa não conseguiu votar para presidente.

"Daí alguém fala: 'ah, se houvesse fraude, não teria feito 52 deputados federais do PSL.' Olha, a desconfiança é exatamente na votação para presidente", disse Bolsonaro. "Se eu for presidente, pode ter certeza: nós vamos ter, já nas eleições de 2020, uma forma segura para votar, onde se possa fazer auditoria."

Bolsonaro, no entanto, disse não querer falar de fraude "ainda". "Até para não levar pancada dos outros", emendou.

Na visão do candidato, que reconheceu estar bem nas pesquisas de intenção de voto para o segundo turno, a fraude nas eleições pode ser trama do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Você, se fosse o Lula, aceitaria passivamente ir para a cadeia sem um 'plano B'?", questionou a Bragança.

O candidato acusou ainda seu adversário, Fernando Haddad (PT) de planejar, caso eleito, conceder um indulto presidencial a Lula, que foi condenado e preso na Operação Lava Jato, e "a todos que praticaram crime conexo". Haddad já negou essa intenção.

Estatais

Na transmissão, Bolsonaro voltou a defender que empresas estatais "estratégicas" não sejam privatizadas e citou Banco do Brasil, Caixa Econômica e Furnas entre os exemplos do que não planeja ceder à iniciativa privada.

"Temos 150 estatais. No primeiro ano, umas 50 que foram criadas pelo PT vamos mandar para o espaço. Para outras 50, vai ter que ter critério, um modelo com responsabilidade, talvez uma golden share,", disse Bolsonaro. "O que for estratégico não pode privatizar", repetiu, citando os bancos públicos e a hidrelétrica.

No início desta semana, o mercado financeiro reagiu mal a comentários de Bolsonaro sobre as "estratégicas", cuja manutenção vai na direção oposta da cartilha liberal de seu guru econômico, Paulo Guedes. Entre as mais afetadas pelas declarações, estiveram Eletrobras e a Petrobras, cujos papéis perderam, respectivamente, 9,1% e 3,7% de seu valor na última segunda-feira.

Apesar das discordâncias, o presidenciável negou problemas com Guedes ou com a cúpula do partido. "Não estou batendo de frente com Paulo Guedes de jeito nenhum. Concordo com 90% do que ele diz e ele concorda 90% do nosso lado. Está bem encaminhado esse casamento."

Ataque. O candidato ainda fez uma série de ataques a Haddad. Bolsonaro iniciou seu comentário dizendo que o petista criticou o fundador da Igreja Universal, Edir Macedo, e o acusou de querer promover um racha entre católicos e evangélicos. "Como se não bastasse o PT ter dividido o Brasil, agora também prega divisão entre católicos e evangélicos. O senhor Haddad perdeu a linha, nós temos que unir o Brasil", disse.

Na manhã desta sexta-feira, 12, depois de participar de uma missa em uma igreja católica na capital paulista, Haddad criticou Bolsonaro e disse que o deputado é resultado do "fundamentalismo charlatão" de Edir Macedo, líder da Universal. Ontem, em encontro com a Confederação Nacional dos Bispos Brasileiros (CNBB), o petista disse ter se comprometido com pontos defendidos por bispos, entre eles a posição contra legalização do aborto.

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Estadão
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