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Bolsonaro diz que 'não tem a ver' com episódios de violência relacionados a seus eleitores

Candidato do PSL à Presidência diz que 'quem levou a facada foi ele'; 'Está um clima acirrado', afirma

9 out 2018 - 21h20
(atualizado às 23h20)
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RIO E SÃO PAULO - O candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro, afirmou nesta terça-feira, 9, que lamenta, mas que não tem a ver com episódios de violência registrados no País que teriam sido motivados por seus simpatizantes. O mais recente foi o do mestre de capoeira e ativista cultural negro Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê, morto por 12 facadas pelo barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana, que confessou ter agido por discussão política. Santana votou e defendeu o candidato do PSL à Presidência.

"A pergunta (feita pelos repórteres) deveria ser invertida. Quem levou a facada fui eu. Se um cara lá que tem uma camisa minha comete um excesso, o que tem a ver comigo? Eu lamento, e peço ao pessoal que não pratique isso, mas eu não tenho controle. A violência e a intolerância vêm do outro lado e eu sou a prova disso", afirmou.

A declaração foi dada na frente da casa do empresário Paulo Marinho, onde o parlamentar passou esta terça-feira, 9, gravando vídeos da campanha eleitoral nas eleições 2018.

Questionado se o clima estava bélico, ele respondeu que "não está tão bélico assim, não." "Está um clima acirrado, pela disputa, mas são casos isolados que a gente lamenta e espera que não ocorram", afirmou Bolsonaro.

Na entrevista, o candidato do PSL também disse que, se for eleito, "vai acabar com a fábrica de marajás" de servidores públicos, um mote usado também pelo ex-presidente Fernando Collor. A afirmação foi feita após o candidato ser questionado sobre quais ajustes faria na reforma da Previdência.

"Tem muitos locais no Brasil que o servidor público tem um salário X e tem um cargo de comissão que, depois de oito e dez anos, ele incorpora (no salário) o cargo de comissão. Vamos acabar com essa fabrica de marajás. Vamos fazer uma reforma da previdência justa", disse.

Bolsonaro afirmou também que, se eleito, vai procurar a equipe do governo de Michel Temer que trata do assunto e fazer a sua proposta "já para o corrente ano." "Ainda não conversei com o Temer. Sendo eleito, buscarei com a nossa equipe a equipe dele para fazer a transição", afirmou.

Bolsonaro diz que não vai discutir plano de governo com Haddad

Bolsonaro disse que não tem que discutir plano de governo com o seu adversário, Fernando Haddad (PT), porque o petista "é um fantoche e que toda decisão que ele tem que tomar tem que ir para Curitiba conversar com o presidiário".

O candidato citou um suposto vídeo de Haddad em que, segundo ele, o petista teria dito que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato, iria subir a rampa com ele - o conteúdo do vídeo, no entanto, foi tirado do contexto original para parecer uma promessa de campanha.

"Será que queremos de volta todos aqueles que, no governo do PT, mergulharam o Brasil na mais profunda crise ética, moral e econômica? Como é que fica o Brasil perante o mundo elegendo o cara que pede benção para presidiário, que tem uma infinidade de processos contra ele? Imagine os derrotados do PT ocupando ministérios. Quem vai ser o ministro da Defesa? O João Pedro Stédile? Quem vai ser o chefe da Casa Civil? José Dirceu? Será que nós queremos isso para o Brasil?", disse.

Bolsonaro busca apoio e reforça desejo de ter Onyx como ministro

O candidato do PSL também afirmou em entrevista à TV Bandeirantes que mantém conversas com políticos em busca de apoio no Congresso Nacional, em caso de ser eleito.

"Nós temos conversado e palavreado com 350 parlamentares", afirmou, em entrevista gravada à tarde e exibida à noite pela emissora.

O capitão reiterou ainda o desejo de ter o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) como ministro da Casa Civil. "No que depender de mim, sim, ele será ministro. Quando ainda estava engatinhando a questão da candidatura a presidente, há três anos, nós já conversávamos", contou.

Dentre as propostas que pretende implementar, Bolsonaro disse que deseja discutir um sistema de votação que permita a auditoria e que quer tipificar ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) como terrorismo.

Ele pretende ainda fundir os Ministérios de Agricultura e Meio Ambiente para acabar com o "ativismo ambiental xiita" no Brasil.

O candidato sinalizou ainda discutir a redução da maioridade penal para 17 anos, e não para 16 anos como projetos que tramitam no Congresso.

Estadão
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