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Bolsonaro avalia nova estratégia para reta final de campanha

Ação do TSE sobre fake news faz campanha do PSL reavaliar estratégia contra candidato petista

21 out 2018 - 06h11
(atualizado às 09h52)
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RIO - A campanha do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) estuda mexer na estratégia que havia definido para a última semana da eleição. Após a denúncia de que empresas teriam beneficiado Bolsonaro ao disseminar fake news em massa pelas redes sociais contra Fernando Haddad (PT), aliados mais próximos do deputado reavaliam se ele deve manter o recolhimento confortável, sustentado pelas pesquisas de intenção de voto, ou reforçar os ataques ao PT na internet e por meio de breves discursos.

Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência
Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência
Foto: Vanessa Ataliba / Agência O Dia / Estadão Conteúdo

No sábado, 20, Bolsonaro já fez declarações mais enfáticas sobre o caso. Em entrevista no Rio, ele se declarou a favor da imprensa livre e afirmou que "não tem nada a ver" com a denúncia envolvendo fake news.

Até então, a cúpula da campanha programava que Bolsonaro passaria a maior parte do tempo descansando e se recuperando das consequências da facada que sofreu no dia 6 setembro em Juiz de Fora.

A Procuradoria Geral da República pediu que a Polícia Federal investigue suspeitas de que empresas disseminam mensagens falsas em redes sociais relacionadas tanto a Bolsonaro como a Haddad. O inquérito foi instaurado ontem pela PF. Em outra frente, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abriu ação para apurar as denúncias de suposto abuso de poder econômico por parte de Bolsonaro na disseminação das fake news. As acusações surgiram quando o candidato já se considerava, como declarou na última quarta-feira, 17, "com a mão na faixa" presidencial. "Esse tipo de contato com bandidos quem tem é o PT, não eu", disse Bolsonaro.

O presidente do PSL, Gustavo Bebianno também falou no sábado sobre as denúncias de fake news. Disse que entrará com um pedido na PGR para que se investigue a denúncia contra Bolsonaro. "Vamos pedir que essa denúncia, que não tem pé nem cabeça, seja apurada até o fim."

Reeleição

Ainda na entrevista, o presidenciável afirmou que pretende fazer uma "excelente reforma política" e voltou a sugerir o fim do instrumento da reeleição e a redução do número de congressistas. "Um presidente não tem autoridade para fazer reforma política. Cada parlamentar vota de acordo com seu interesse. O que eu pretendo fazer, tenho conversado com o Parlamento também, é você fazer uma excelente reforma política para acabar com o instituto da reeleição, que no caso começa comigo, se eu for eleito, e diminuir um pouco - 15%, 20% - a quantidade de parlamentares."

O presidenciável ainda declarou, no contexto de uma eventual reforma, que o ideal seria "criar um sistema eletrônico de votação confiável, que possa ser auditável". Sobre política econômica, afirmou que o Banco Central terá autonomia se ele vencer a eleição, mas não quis citar quem estaria à frente da instituição. "Não sei se o atual presidente (Ilan Goldfajn ) vai ser mantido. Não sei se ele é um bom nome, quem vai ver isso é o Paulo Guedes", disse ele, em referência ao economista responsável pelas propostas do PSL na área.

O presidenciável, no entanto, voltou a citar nomes para o ministério de um eventual governo seu a partir de 2019. "O tenente-coronel da Aeronáutica Marcos Pontes está quase confirmado para a Ciência e Tecnologia", disse. Pontes foi o primeiro astronauta sul-americano a participar de uma missão espacial, em 2006. / COLABOROU FABIO GRELLET

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