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Base do governo Sartori perde quatro partidos em um ano

No início de sua gestão, governador gaúcho tinha apoio de 19 legendas; hoje, 5 partidos o apoiam

22 jun 2018 - 05h04
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PORTO ALEGRE - Com a decisão do PPS de apoiar o tucano Eduardo Leite na disputa ao governo do Rio Grande do Sul e sair da gestão de José Ivo Sartori (MDB), anunciada na quarta-feira, 20, a base do emedebista sofreu a quarta perda em um ano. Desde 2017, PDT, PSDB e PP tinham saído do governo com o intuito de lançar candidaturas próprias ao Palácio Piratini. Quando foi eleito, em 2014, Sartori tinha o apoio de 19 partidos. Hoje, cinco siglas compõem sua base.

Sartori foi eleito no segundo turno com o apoio de MDB, PSD, PSB, PHS, PSL, PPS, PTdoB, PSDC, PP, PSDB, PRB, Solidariedade, DEM, PRTB, PTN, PRP, PEN, PSC e PV. Sua gestão contava com 26 deputados estaduais. Ao longo do mandato, o governo ganhou musculatura, com a entrada do PDT e do PR. Hoje, a base do governo é composta por MDB, PSB, PSD, PR e PRB, que têm 15 representantes na Assembleia Legislativa. Muitos dos partidos que apoiavam Sartori em 2014 não têm cadeiras no Legislativo estadual.

A situação começou a mudar com o agravamento da crise financeira no Estado e a votação de pautas como a privatização de estatais, que o governo é favor mas que divide opiniões. Com a proximidade das eleições, siglas que queriam lançar seus próprios candidatos e que não concordavam com os rumos tomados por Sartori, principalmente na Assembleia, decidiram deixar a base.

O PDT saiu ainda em 2017, para lançar Jairo Jorge ao governo do Estado. No início de 2018, foi a vez do PSDB, de Eduardo Leite, e do PP, do pré-candidato Luis Carlos Heinze.

O deputado estadual Gabriel Souza (MDB), líder do governo na Assembleia, vê como "natural" o desembarque de partidos que querem disputar o Piratini. "Eles querem dizer que têm seu projeto político para o governo e que estão se liberando do projeto político de reeleição do governador atual", disse o parlamentar ao Estado. Sartori, no entanto, ainda não declarou oficialmente a sua pré-candidatura à reeleição.

Sobre a situação na Assembleia, Souza afirmou que "está tranquilo" e que "as votações não estão sendo prejudicadas". "Temos um diálogo permanente com os parlamentares, e isso tem feito com que mesmo os partidos que têm pré-candidatos votem com o governo, sem prejudicar as votações na grande parte dos casos", afirmou.

Sartori, porém, não conseguiu aprovar o plebiscito para a privatização de estatais de energia e poder receber ajuda federal para combater a crise financeira no Estado. O PDT e a maioria do PSDB, por exemplo, votaram contra o governador.

Estadão
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