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Análise: falta de tempo e custo inibem campanha

Em pleitos passados o número de deputados que desistiam da reeleição para concorrer ao Senado era maior porque dispunham de maior tempo e tinham o dinheiro fácil do financiamento empresarial

18 jun 2018 - 05h04
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Três fatores neste pleito vão inibir a tentativa de deputados de concorrem ao Senado e de senadores tentarem os governos estaduais: a redução do tempo de campanha; os custos de campanha e a escassez de financiamento e as facilidades da reeleição. Em pleitos passados o número de deputados que desistiam da reeleição para concorrer ao Senado era maior do que neste, porque dispunham de maior tempo para a campanha e tinham o dinheiro fácil do financiamento empresarial, dois recursos escassos em 2018.

O mesmo fenômeno se repete em relação aos senadores, que neste pleito preferem concorrer à reeleição ou a deputado federal, uma campanha mais barata, a se aventurar numa disputa pelo governo do Estado, que precisa de mais tempo, mais recursos e mais estrutura.

Além disso, os parlamentares candidatos à reeleição têm vantagens comparativas significativas em relação aos novos candidatos: tem serviços prestados; bases eleitorais fidelizadas; dispõem de estrutura e verba de gabinete significativas e contam com as emendas parlamentares, que dá uma vantagem inicial na campanha de 25% em relação a seus adversários, que não dispõem desses recursos. Estas, ao lado da necessidade de preservação da prerrogativa de foro, são as razões da menor circulação no poder neste pleito. A tendência, portanto, é que deputados e senadores não se arrisquem a concorrer a cargos que exijam mais votos, mais tempo, mais estrutura e mais recursos para se eleger.

* JORNALISTA, ANALISTA POLÍTICO E DIRETOR DE DOCUMENTAÇÃO DO DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ASSESSORIA PARLAMENTAR (DIAP)

Estadão
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