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Transformação digital ajuda a lidar com desafios após coronavírus

Novos modelos de negócio, estreitamente relacionados ao conceito 4.0, respondem melhor às mudanças de comportamento e preocupações sanitárias resultantes da pandemia

1 jul 2020 - 10h11
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"Em tese, todos os setores industriais estão com excelentes perspectivas de ganhos de competitividade, com a adoção inteligente e acelerada dos processos de digitalização e automação." A frase otimista é do presidente da Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII), José Rizzo Hahn Filho, e foi dita após a descoberta do novo coronavírus e depois de toda a previsão pessimista para a economia.

Enquanto a pandemia traz o temor de uma recessão sem precedentes sobre a economia nacional, entidades e empresas veem um futuro promissor para quem embarcar o quanto antes na indústria 4.0. Para estimular a reflexão, a ABII vem promovendo uma série de debates com o tema Indústria 4.0 e O Momento da Retomada, com empresas de áreas como consultoria, automotiva, bens de consumo e saúde.

Os debates do setor já partem de uma certeza: entidades em adiantado processo de transformação digital tiveram menos dificuldades para lidar com os desafios advindos com a covid-19. Entre as evidências estão a forma rápida como elas se adaptaram ao trabalho home office e a operação de ativos de forma remota. "A pandemia acelerou mudanças de hábitos e comportamentos que serão melhor servidos por novos modelos de negócio, uma oportunidade para os empreendedores", comenta Hahn Filho.

Nesse novo normal da indústria, a adoção maciça de tecnologias ligadas ao conceito 4.0 ganha ainda mais força. Se a inovação já era tendência por causa do incremento tecnológico, agora atende também às preocupações sanitárias resultantes da covid-19. "Processos industriais que criam aglomerações no chão de fábrica deverão ser revistos e eliminados, provavelmente com a adoção mais forte da robótica. Controle e monitoramento remotos das operações industriais também devem crescer muito, pois diminuirá o número de pessoas circulando. Isso também vai proporcionar reduções de custo sensíveis", afirma Hahn Filho.

O setor mais afetado pela pandemia é também um dos mais avançados na transformação digital. Hospitais, centros médicos e laboratórios intensificaram o uso do que há de mais moderno em tecnologia para lidar com uma crise sem precedentes.

No Brasil, um dos exemplos emblemáticos é o Hospital Israelita Albert Einstein, o primeiro a registrar oficialmente os casos de covid-19 no país. A partir de recursos de big data, a instituição desenvolveu o primeiro teste do mundo de diagnóstico do novo coronavírus com base em Sequenciamento de Nova Geração (Next Generation Sequencing - NGS), com 100% de especificidade, o que exclui totalmente a possibilidade de apresentar casos de falso-positivo.

Outra inovação foi a realização de uma angioplastia - desobstrução de artérias coronarianas - seguindo o critério de segurança de distanciamento social de dois metros. Para isso, foi usado um robô para inserção do cateter que leva um dispositivo até o ponto da artéria obstruído.

Mas é ainda uma outra técnica que deve fazer da saúde uma das áreas que mais demandam os produtos advindos da indústria 4.0: a telemedicina. Autorizada por causa da pandemia, existem desafios nada desprezíveis para que a prática seja implementada com eficácia.

"É importante ressaltar a necessidade de estabelecer regras transparentes para garantir proteção de dados dos pacientes, qualidade assistencial, diretrizes para o exercício da profissão médica a distância e as formas de remuneração", alerta Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.

Aumenta interesse por gestão digital

As encomendas de todos os setores chegam às empresas que atuam diretamente com as tecnologias da indústria 4.0. E nessas a demanda continua ascendente. É o caso da Totvs, que desenvolve plataformas para gestão remota, integração de cadeia produtiva e cálculo de planejamento de produção, voltados para fábricas de pequena ou larga escala. "Com a crise, notamos um uso mais intenso de algumas soluções específicas. O varejo precisou trabalhar a multicanalidade para manter suas vendas e operações", afirma Juliano Tubino, vice-presidente de Negócios da companhia. "Já o segmento de food services precisou adaptar o atendimento via canais digitais. Como parceiro de tecnologia, viabilizamos melhorias como a integração automática e gratuita do sistema de gestão do restaurante com apps de delivery." Seja para reinventar processos, reduzir custos ou até garantir a sobrevivência financeira de empresas, a tecnologia é cada vez mais essencial no cotidiano.

Estadão
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