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Sindicato acredita que mais de 90% das instituições de ensino superior só retomarão as aulas em 2021

Uma série de fatores deve levar à manutenção do atual sistema de ensino em casa, incluindo o fato de que muitos alunos gostaram das atividades remotas

17 set 2020 - 18h33
(atualizado às 19h15)
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Apesar da possibilidade aberta pelo prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), a entidade que representa mantenedoras de ensino superior de todo o País acredita que mais de 90% só retomarão as aulas teóricas presenciais no ano que vem. "A maioria das instituições só deverá retomar as aulas práticas, sobretudo nas áreas de Saúde e nas Engenharias", afirma Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp.

Capelato observa que uma série de fatores deve levar à manutenção do atual sistema de aulas em casa, incluindo o fato de que muitos alunos gostaram das atividades remotas. Além disso, muitos se mostram preocupados com o risco de contaminação, a começar pelo transporte. Já as instituições apresentariam dificuldade em manter um modelo híbrido, que misturasse elementos presenciais e remotos. Essa necessidade deriva do fato de muitos estudantes serem de grupos de risco ou conviverem com pessoas com comorbidades.

Para o diretor do Semesp, há duas preocupações no atual momento do ensino superior: a inadimplência e como planejar o retorno em 2021. "Devemos fechar o ano com 11,5% de inadimplência (considerando alunos com mais de 90 dias de atraso), ante 9,5% em 2019." Em um ano atípico, ele atribui à crise econômica a saída de alunos. Mas considera, pelo visto na virada do semestre, que não deverá haver grande problema na rematrícula dos que já cursam o ensino superior.

O problema deve ser como atrair ingressantes para o próximo ano. "A ideia de que as atividades serão remotas, e não presenciais, e não haverá aquele ambiente acadêmico, pode fazer muitos postergarem a entrada na faculdade", diz Capelato. "E nós sabemos que quando isso ocorre muito nem voltam a tentar, pois encontram outras ocupações e trabalhos." Segundo o diretor-executivo do Semesp, muitas instituições já estão preparando alternativas, enquanto a possibilidade de uma vacina não se torna mais concreta, como abrir mais os câmpus e planejar melhor o uso de espaços, para ampliar de alguma maneira as atividades presenciais. Outra certeza é de que parte do formato remoto, sobretudo no que se refere a disciplinas mais expositivas, veio para ficar.

Estadão
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