RJ: estudantes de medicina da Gama Filho ocupam reitoria
Os estudantes protestam contra o atraso no pagamento dos salários dos professores e técnicos administrativos
Os estudantes de medicina da Universidade Gama Filho (UGF) ocupam, desde o fim da tarde de segunda-feira, a reitoria da instituição, no bairro da Piedade, zona norte da capital fluminense. Eles protestam contra o descaso dos gestores que estão sem pagar o salário dos professores.
Em menos de seis meses, os professores entraram em greve duas vezes por falta de pagamento. Na assembleia ocorrida hoje, a Associação dos Docentes da Gama Filho decidiu não parar mais uma vez as atividades para não atrapalhar o semestre dos alunos que estão em fase de provas e sem as notas lançadas não poderão fazer a rematrícula para o outro semestre.
A ocupação da reitoria tem o apoio Associação de Pais e Alunos e dos técnicos administrativos da universidade, que também estão com os salários atrasados. De acordo com o secretário-geral do Centro Acadêmico de Medicina Albert Sabin, Rafael Collado, os alunos exigem a intervenção do Ministério da Educação (MEC) para que o problema da universidade seja solucionado.
"Também exigimos a consolidação de um compromisso oficial com os docentes e funcionários administrativos, a confirmação da manutenção dos convênios para cenários práticos, a garantia do aumento da segurança no campus e arredores e relatórios financeiros, planilhas de fluxo de caixa e de orçamento dos últimos anos", disse Collado.
Ele informou ainda que os estudantes vão continuar acampados na reitoria até que haja um acordo com o MEC e com a Galileo Educacional, mantenedora da universidade, para que eles possam terminar o ano letivo e que os salários dos professores sejam pagos em dia, porque devido as duas greves dos professores "o ano letivo começou com atraso e há risco disso ocorrer novamente, prejudicando todos os estudantes".
O Conselho Regional de Medicina (Cremerj) confirmou que estará na universidade na quarta-feira, às 9h30, para apoiar e acompanhar a manifestação dos estudantes do curso de medicina. A presidenta da Cremerj, Márcia Rosa de Araujo, disse que o governo está lançando programas e medidas absurdas para importar médicos estrangeiros e deixando de lado a formação do médico brasileiro.
"A Gama Filho é uma faculdade de tradição no Estado e está largada, com os alunos abandonados. Em vez de as autoridades exigirem que os alunos trabalhem no SUS (Sistema Único de Saúde), por dois anos, deveriam solucionar os problemas do setor no Rio e dar mais assistência e estímulo aos médicos do País", declarou.