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Primeira fase da Fuvest aborda TikTok, jogo de computador e comércio mundial

Medidas de proteção contra a covid causaram reclamações: 'Eu perdi tempo para me alimentar', afirmou aluna

10 jan 2021 - 19h14
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A primeira fase da Fuvest foi marcada por questões de saúde pública, como gripe espanhola, temas atuais, como o comércio mundial, e também assuntos mais populares, como redes sociais e a ferramenta de compartilhamento de vídeos curtos TikTok na prova de Inglês, e os jogos de computador como Among Us entre as questões de Química.

Essas foram as principais impressões dos vestibulandos ao final da prova da primeira fase do maior vestibular do País, realizada neste domingo, 10. Neste ano, cerca de 130 mil alunos se inscreveram. O Estadão acompanhou a saída dos alunos do campus Memorial da Uninove, localizado na Barra Funda, local que concentra o maior número de candidatos inscritos, com mais de 3,5 mil vestibulandos.

Neste ano, a saída dos alunos dos locais de prova foi permitida a partir das 16h. Um dos primeiros a sair foi o vestibulando de Ciência da Computação Carlos Henrique Barros, de 18 anos. "Várias questões misturavam conceitos de várias disciplinas. Mas a questão que achei mais interessante foi sobre o TikTok", diz o candidato que presta o exame da Fundação Universitária do Vestibular pela segunda vez. "A Fuvest sempre traz temas atuais. A questão do TikTok na prova de inglês chamou minha atenção", confirma Henrique Cavazzana, de 18 anos, e candidato a uma vaga no curso de Engenharia Química.

O TikTok é uma ferramenta para compartilhamento de vídeos curtos, de 15 a 60 segundos, mas que oferece recursos de edição.

Para Richard Melly, que disputa uma vaga em Administração de Empresas, a atualidade da prova ficou por conta de uma questão de Química sobre o jogo de computador Among Us. "Era uma questão da tabela periódica que perguntava qual elemento era o intruso", conta.

O exame da Fundação Universitária para o Vestibular é o principal caminho para ingresso na Universidade de São Paulo (USP). Em função da pandemia do novo coronavírus, a Fuvest adotou medidas específicas para evitar a contaminação nas salas de aula, mudando a dinâmica da prova. Para atender ao distanciamento necessário e ter apenas 40% de ocupação nas salas, o número de locais de prova aumentou de 88 para 148.

Paralelamente ao conteúdo da prova, os candidatos destacaram as particularidades de uma prova realizada no contexto da pandemia do novo coronavírus. Para diminuir o risco de contaminação, a Fuvest promoveu uma série de medidas, dentro e fora dos locais de exame, modificando a dinâmica da prova. A alimentação em um local demarcado pela coordenação da prova foi prejudicial, opina Larissa Protasio, de 18 anos. "Eu perdi tempo para me alimentar. Foi uma pausa complicada", diz a vestibulanda de Marketing.

O processo seletivo da Fuvest é aplicado em duas fases. Neste domingo, a primeira fase foi constituída de 90 questões, sendo algumas interdisciplinares, sobre as disciplinas de Biologia, Física, Geografia, História, Inglês, Matemática, Português e Química. No dia 21 de fevereiro será realizada a prova de Português e redação, já na segunda fase. E, no dia 22 de fevereiro, a prova das disciplinas específicas de acordo com a carreira.

Alunos pedem adiamento do Enem

A experiência na Fuvest motivou alguns alunos a pedirem o adiamento do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). "O ideal seria que a prova fosse adiada, assim como o Enem e todos os outros vestibulares. Em meio a pandemia, a realização dos vestibulares presencialmente significa um número gigantesco e inevitável de aglomerações e contaminações", afirma Ignácio Bramatti, aluno do Colégio Equipe que tenta uma vaga em Filosofia. "A organização do Enem deverá ser exemplar. Caso contrário teremos muitos casos de contaminação. Teremos muito mais candidatos", concorda Lean de Albuquerque, vestibulando de Direito.

Após um pedido da Defensoria Pública da União e do Ministério Público Federal (MPF) à Justiça Federal de São Paulo nesta sexta-feira, 8, pelo adiamento do Enem em função do avanço da pandemia, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão responsável pela organização do exame, defendeu a manutenção do calendário atual. Mais de 5,7 milhões de candidatos se preparam para as provas marcadas para os dias 17 e 24 de janeiro. Não há prazo para que a Justiça Federal analise o pedido da Defensoria Pública.

Estadão
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