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Parceria com universidade britânica quer estimular prática de esporte na escola

Diversas pesquisas apontam que os anos de formação são os mais importantes para introduzir as crianças à atividade física e ao esporte

4 nov 2013 - 15h37
(atualizado às 15h44)
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<p>Imagem da visita de André Arantes (centro) à Universidade de Birmingham em setembro, com Jonathan Grix e Zena Wooldridge</p>
Imagem da visita de André Arantes (centro) à Universidade de Birmingham em setembro, com Jonathan Grix e Zena Wooldridge
Foto: Divulgação

Há 10 anos entre as quatro melhores universidades britânicas na área dos esportes, a Universidade de Birmingham é referência na pesquisa da prática esportiva na escola. Em 1954, a instituição se tornou a primeira a oferecer graduação em esportes no Reino Unido. De lá surgiram o ciclista campeão olímpico Paul Manning, além de atletas presentes nos jogos de Atenas e Pequim. A experiência da universidade no incentivo da prática esportiva serve agora como base para o Ministério do Esporte desenvolver sua política de esportes na escola e impulsionar o legado Olímpico.

Diretor do departamento de Esporte de Base e de Alto Rendimento, ligado ao ministério, André Arantes afirma que os ingleses investiram fortemente na proximidade entre esporte e escola na última década, tendo em mente as Olímpiadas do ano passado. “Eles vêm incentivando muito essa relação nas suas diferentes manifestações, seja no caráter lúdico ou de competição”, diz. Para isso, o primeiro passo dos ingleses foi o incentivo à educação física, que, segundo Arantes, seria a “alfabetização esportiva” das crianças. Paralelamente, o oferecimento da prática de esportes no contraturno e os jogos escolares britânicos compõem a base da relação esporte-escola.

Professor da Universidade de Birmingham e um dos responsáveis pela parceria com o Brasil, Jonathan Grix vê duas iniciativas como fundamentais nesse processo ocorrido no Reino Unido. Uma delas foi o investimento pesado na qualidade da educação esportiva nas escolas, o que despertou o interesse das crianças para a prática durante e até mesmo depois do horário escolar. Um posterior corte nesses orçamentos chegou a gerar uma série de protestos, que viriam a reverter parcialmente a situação, afirma Grix. Outra iniciativa é um programa que estabelece vínculos entre a rede de ensino local e clubes desportivos.

Grix e Zena Wolldridge, também professora da universidade, entendem que o Brasil não tem ainda uma política nacional de esportes na escola, mas acreditam que o Ministério do Esporte vê isso como uma prioridade. Introduzir isso, entretanto, deve levar tempo e dispender recursos. Grix ressalta que o Reino Unido, para chegar ao nível esportivo que se encontra hoje, passou por um processo caro que levou cerca de 10 anos para dar certo. “Não existem atalhos para o sucesso no mais alto nível, e ele vem com um preço”, afirma.

Arantes pretende adaptar, aos poucos, modelos vindos de fora. O primeiro passo é garantir o acesso ao esporte nas escolas. “Se criarmos um espaço de treinamento vinculado à escola e fortalecermos as competições escolares estaremos muito perto do que Reino Unido, Cuba e Austrália têm”, diz. Segundo ele, o Brasil já tem diversas iniciativas importantes nesse setor: a implantação da educação física obrigatória, a exigência de um profissional formado acompanhando a prática nas escolas e os 7 milhões de crianças e adolescentes fazendo esporte no contraturno são exemplos. Ainda assim, Arantes entende que tudo isso precisa ser melhor conectado.

Importância do esporte

Diversas pesquisas apontam que os anos de formação são os mais importantes para introduzir as crianças à atividade física e ao esporte. Por outro lado, más experiências de esporte na escola, ressalta Grix, podem levar as pessoas a se distanciar da prática para o resto da vida. Não bastasse a melhora da saúde dos jovens, Arantes afirma que a adesão à escola e o aumento do rendimento escolar também são consequências positivas da atividade física. “Quem pratica esportes tem uma facilidade maior de aprendizado e desenvolve características que podem ser transferidas para outras disciplinas, como a organização, a procura pela excelência e a preservação de valores, como amizade e lealdade”, afirma.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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