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Ninguém vai cortar recursos da Educação 'por maldade', diz Bolsonaro

Presidente justificou contingenciamento de 30% nas instituições federais por dificuldades financeiras do governo

8 mai 2019 - 19h29
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BRASÍLIA - O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse nesta quarta-feira, 8, que não cortou recursos da educação "por maldade". O presidente justificou o corte de 30% nas instituições federais por dificuldades financeiras do governo: "Ninguém vai cortar recursos da educação por maldade".

"Herdamos uma dívida muito grande de outros governos. O Brasil está em situação difícil quando se fala em economia, em dinheiro", disse o presidente a crianças da comunidade quilombola Kalunga, em Cavalcante (GO), com quem conversou por videoconferência.

Bolsonaro respondeu a um aluno que o perguntou, orientado por professores, se investiria mais recursos na educação. Primeiro, o presidente disse que "ninguém cortou 30% da educação", mas foi advertido pelo ministro da área, Abraham Weintraub, de que houve um contingenciamento no MEC. O presidente, então, afirmou que, na linguagem popular, "contingenciamento é corte". "É que não temos como pagar as dívidas que o Brasil tem, por isso esse contingenciamento", afirmou o presidente.

Bolsonaro voltou a tratar o corte como um remanejamento de verbas. Ele disse que a propriedade é o ensino básico. "Estamos pegando dinheiro de uma área e colocando para outra", disse o presidente. Já o ministro sinalizou que o corte poderá ser revertido no segundo semestre e disse que a quantia chega a 5% do orçamento do MEC. "A gente está segurando, a gente não está cortando, 5% do orçamento para o segundo semestre", disse.

O ministro também citou problemas econômicos do País e vinculou a melhora à aprovação da reforma da Previdência, em tramitação na Câmara dos Deputados. "O Brasil estava afundando, parou de afundar, mas ainda não decolou. Para o Brasil decolar, tem um projeto na Câmara que se chama Nova Previdência".

Satélite

A videoconferência com estudantes foi realizada para dar visibilidade ao programa de internet nas escolas, via satélite, que atingiu 1 milhão de estudantes e 3.150 escolas. O presidente conversou com alunos quilombolas da Escola Calunga 1, na zona rural de Cavalcante (GO).

Segundo o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, a conexão entregue pelo satélite é de 10 megabytes, o que ele considera de boa qualidade. Ele disse que o programa é uma prioridade da pasta. A meta do governo é atingir 6,5 mil escolas conectadas (e 2 milhões de alunos) até agosto e 10 mil até o fim do ano, conforme Waldemar Gonçalves, presidente da Telebrás.

O presidente convocou prefeitos de todo o País a buscarem o ministério para aderir ao programa. A prioridade, segundo Bolsonaro, será de escolas em locais remotos. As regiões abrangidas são Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

"Com conhecimento, vocês serão muito melhores do que nós", disse o presidente aos alunos, com quem conversou de uma sala de reuniões anexa ao seu gabinete pessoal, no Palácio do Planalto. Bolsonaro falou que estudava em uma escola pobre, no interior paulista, e que usava a enciclopédia Barsa.

Bolsonaro e os ministros fizeram uma série de brincadeiras com os alunos. O presidente perguntou que profissão elas gostariam de seguir, como médico e astronauta. Ele frustrou-se ao perceber que nenhum dos alunos manifestava interesse em ser militar, origem da maioria das autoridades presentes. "Vai ficar feio para nós", disse ele a Marcos Pontes, que é oficial da reserva da Aeronáutica. Bolsonaro insistiu se desejavam ser do Exército ou ainda policial militar, mas não houve adesão. As crianças só responderam positivamente quando o presidente perguntou quem queria ser jornalista.

Estadão
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