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Graduação nos EUA é oportunidade de crescimento para estudantes

Programa Oportunidades Acadêmicas está com inscrições abertas até o dia 15 de março para estudantes de escolas públicas e bolsistas de instituições particulares

6 mar 2014 - 07h51
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A estudante carioca se formou na Universidade da Pensilvânia em 2012 e atualmente trabalha e faz mestrado nos EUA
A estudante carioca se formou na Universidade da Pensilvânia em 2012 e atualmente trabalha e faz mestrado nos EUA
Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação

Uma experiência em uma universidade de excelência acadêmica é o sonho de muitos estudantes. Para jovens de baixa renda, representa ainda uma oportunidade de mudar completamente de vida. Uma chance viável só por meio de bolsas, como as do programa Oportunidades Acadêmicas, que está com inscrições abertas até o dia 15 de março para estudantes de escolas públicas e bolsistas de instituições particulares.

O programa é direcionado para as pessoas que não têm condições financeiras de arcar com os custos do processo de candidatura às universidades norte-americanas - que podem chegar até US$ 3 mil. Por isso, os candidatos devem comprovar a baixa renda da família.

No programa, estão inclusas sessões de orientação com especialistas do EducationUSA treinados em Washington DC pelo Departamento de Estado Americano, material de estudo, taxas de inscrição para as provas exigidas, transporte e acomodação quando necessários para realização das provas, taxas de inscrição das universidades, tradução e envio de documentos. As inscrições, neste ano, podem ser realizadas pelo site www.educationusa.org.br.

Agatha Oliveira, do Rio de Janeiro, se formou em engenharia elétrica com foco em ciências da computação na Universidade da Pensilvânia em 2012. Ela ganhou uma bolsa que custeava seus estudos na instituição. Lá, entre as experiências que teve, cuidou do laboratório de engenharia elétrica da faculdade e chegou até a dar aulas para outros estudantes do curso.

A engenheira de 24 anos afirma que a universidade a ensinou a viver em um mundo sem barreiras. “Você pode fazer tudo o que você quer fazer, basta se esforçar”, diz. Ela conta que foi estimulada na faculdade a pensar na questão de liderança, em como ser um bom líder, e chegou a ocupar a presidência do clube de brasileiros da universidade.

Agatha sempre viu a educação como uma alternativa de melhorar sua vida. No Rio de Janeiro, estudava no Colégio Pedro II, escola pública de ensino federal. Ela achava que só com a escola não seria possível aprender o inglês necessário para estudar fora. Matriculou-se em cursos particulares, mas atribui sua fluência ao tempo que assistia à televisão ou navegava pela internet - ela chegou a adicionar americanos em redes sociais para praticar o idioma. “Eu sempre quis ter a melhor educação que eu pudesse ter”, diz. Com a graduação em território americano, viu muitas portas se abrirem. Atualmente, trabalha como analista de tecnologia na Goldman Sachs, um dos maiores grupos financeiros multinacionais. “Hoje o mercado de trabalho é global, e é muito importante você saber lidar com diferentes culturas”, aponta. Além do trabalho, Agatha também faz mestrado em ciências da computação na New York University (NYU). No futuro, planeja voltar ao Brasil e trabalhar com educação voltada a crianças órfãs.

Em 2013, Flávia Medina se formou em Economia em Harvard. Ela estudou na instituição com bolsa integral e conta que a experiência a fez mudar a maneira de pensar. “Eu tive aula com professores que ganharam prêmios Nobel, assisti a palestras com diversas pessoas e ainda tive a oportunidade de conhecer a Dilma”, relata, referindo-se a uma palestra realizada pela presidente da República na universidade americana em 2012, período em que Flávia ainda estava na graduação.

No seu último ano de curso, participou de um processo de recrutamento de estudantes que empresas fazem na universidade. Ela conta que, como treinamento, a instituição faz simulações de entrevistas de emprego, para que os alunos estejam mais bem preparados para o mercado de trabalho. Do recrutamento que participou, foi aprovada, passou por um treinamento da empresa em Chicago e hoje, de volta ao Brasil, trabalha em São Paulo em um banco internacional.  

Brasileiros querem investir em educação ao retornarem

Ao ver uma amiga ser aceita em Harvard há alguns anos, Renan Ferreirinha Carneiro se perguntou “como isso é possível?”. Foi atrás de informações e oportunidades. Hoje, ele estuda Economia e Ciências Políticas na renomada faculdade americana. Ao fazer o application - processo de candidatura das universidades -, se inscreveu em 10 universidades americanas e foi aceito em nove delas.

Renan Ferreirinha Carneiro realizou o sonho de estudar em Harvard; hoje é aluno de Economia e Ciências Políticas
Renan Ferreirinha Carneiro realizou o sonho de estudar em Harvard; hoje é aluno de Economia e Ciências Políticas
Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação

O estudante elogia o tratamento da universidade com estudantes de outros países. Ele conta que chegou duas semanas antes de começarem suas aulas - em agosto de 2013 - e teve apoio da faculdade em atividades simples, como contratar serviço de telefone e abrir conta em banco, por exemplo. 

“A gente cria uma distância muito grande entre o que a gente almeja e o que a gente está fazendo. Quando eu fui aceito em Harvard, foi aquele sonho concretizado”, comemora. Ele diz que os professores da universidade não querem ver só “o Renan que está na sala de aula, mas também o que ele está pensando fora dela”.

O estudante de Economia conta que pretende voltar ao Brasil e trabalhar com educação pública - não dando aula, mas sim na gestão. “Temos que zelar pela qualidade na educação”, afirma. Um outro foco do estudante é trabalhar com empreendedorismo social. Ele diz que gostaria de fazer com que outros jovens tenham oportunidades similares ou melhores do que teve. “Eu vejo educação como um foco principal do meu envolvimento”, finaliza.

Gabriela Tom é estudante de Relações Internacionais e Ciências Políticas de Harvard. Ela conta que sempre quis fazer faculdade fora do País, e decidiu levar o plano adiante aos 18 anos. No Brasil, a jovem sempre estudou em escolas públicas. 

Ela conta que o programa Oportunidades Acadêmicas a auxiliou no processo de candidatura das universidades, pois a ajudou a escolher uma instituição que se encaixasse melhor no seu perfil, além de cobrir custos em provas e testes. Após decidir as universidades, se inscreveu para nove delas e foi aceita em cinco.

Para ela, a realidade superou as expectativas que tinha. “É muito melhor do que eu imaginava. É muito melhor do que as universidades do Brasil: o sistema da universidade, a cultura, os professores”, elogia. Gabriela conta que a experiência é “enriquecedora a cada dia”. Embora tenha uma jornada de estudos integral “puxada” - devido as disciplinas dos cursos que estuda - ela conta que o que ameniza as dificuldades são os professores, que, segundo ela, são bastante acessíveis, além da qualidade da escola. “A biblioteca, os ambientes pra estudo, tudo facilita“, afirma.

Quando voltar para o Brasil, ela pretende abrir uma ONG para estudantes de baixa renda que têm sonhos de estudar fora do País ou mesmo no Brasil, mas que não tem condições financeiras. E não sonha baixo: pretende expandir este trabalho para a América Latina. O desejo de abrir a ONG, segundo ela, é baseado na sua história de vida. “Nunca pensei que fosse chegar aqui, mas foi através de oportunidades que eu consegui”, reflete.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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