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Estudantes ouvem proposta, mas mantêm mobilização no Chile

3 set 2011 - 21h05
(atualizado às 22h36)
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Os estudantes chilenos, mobilizados desde maio na luta por uma educação pública gratuita e de melhor qualidade, aceitaram neste sábado ouvir uma nova proposta do governo, mas sem interromper a mobilização, em reunião de quatro horas com o presidente chileno, Sebastián Piñera.

Realizada a pedido do líder, a reunião foi "uma primeira instância para alinhar posições", disse na saída da conversa no Palácio de La Moneda (sede do Executivo) Camila Vallejo, porta-voz da Confederação dos Estudantes do Chile (Confech) e líder emblemática das mobilizações.

A Confech "mantém sua mobilização", afirmou Camila. Ela declarou, no entanto, que sua organização receberá na segunda-feira a proposta do governo e deverá apresentar uma resposta até quarta-feira, depois de analisada pelas bases.

"O importante é que agora existe vontade de avançar, que deixaram claras suas posições e são nossos companheiros que tomarão uma decisão", disse.

Insistiu em que a disposição de ouvir "não significa que o movimento chegou ao fim" e garantiu que Piñera "nunca pediu que o depuséssemos", embora ressaltou "que estão atentos e na expectativa da proposta da segunda-feira".

"O presidente explicou sua posição e avaliamos o gesto, disse Rodrigo Rivera, porta-voz da Coordenadora Nacional de Estudantes do Ensino Médio (Cones), que assim como a outra entidade estudantil sua organização vai analisar a proposta.

Os estudantes reivindicam educação pública de qualidade e gratuita, com proibição de lucros ao Estado pelo ensino particular, ponto de maior divergência com o governo, que defende a legitimidade de obter lucros com a educação.

Para os estudantes de Ensino Médio, a solução está em devolver ao Estado a administração do ensino, que em 1981 foi entregue aos municípios pela ditadura de Augusto Pinochet. Até agora, o governo ofereceu aumento de bolsas de estudos universitárias e redução de juros no crédito educativo.

"A reunião foi uma primeira etapa do diálogo na qual ficaram claras as posições", disse líder estudantil
"A reunião foi uma primeira etapa do diálogo na qual ficaram claras as posições", disse líder estudantil
Foto: Reuters
EFE   
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