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Empresa deixa de pagar auxiliares e alunos com deficiência ficam sem aula

Secretaria Estadual de Educação de São Paulo contratou empresa para que 49 auxiliares atendessem alunos portadores de deficiência em escolas estaduais

18 set 2018 - 19h11
(atualizado em 19/9/2018 às 14h26)
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SÃO PAULO - Cerca de 49 alunos portadores de deficiência não puderam ir à escola após uma empresa terceirizada da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (SEE) atrasar o pagamento dos cuidadores. Os 29 profissionais não receberam os salários referentes ao mês de agosto e, em protesto, paralisaram as atividades em 18 colégios na quinta-feira, 13.

Segundo a secretaria, a empresa foi contratada no fim do mês de junho. Após as férias escolares, o primeiro mês de prestação de serviço foi em agosto, quando deveriam ter pago os funcionários. O Estado procurou a empresa Adeso, mas ninguém foi encontrado para comentar sobre o atraso dos pagamentos.

A SEE informou que a Diretoria de Ensino Leste 1, ao ser comunicada do atraso, contatou a empresa imediatamente e a notificou duas vezes para solucionar o problema. Nesta terça-feira, 18, a empresa se compromeu a regularizar o pagamento ainda nesta semana e disse que os cuidadores retomarão às escolas na quarta-feira, 19.

Keyla Assunção, de 40 anos, conta que foi surpreendida na semana passada quando recebeu uma ligação da direção da escola de sua filha avisando que a cuidadora não iria trabalhar. Antonella, de 9 anos, entrou este ano na escola estadual Professor Theodomiro Emerique, na Vila Marieta, na zona leste da capital, e esperou seis meses pela contratação do auxiliar. "Esperamos o semestre inteiro pela contratação para que ela pudesse frequentar a escola. Agora em agosto, quando a cuidadora começou, estava tudo ótimo até sabermos que a empresa não estava pagando. É um absurdo, ninguém trabalha sem receber", diz a mãe.

Antonella nasceu com hidrocefalia e mielomeningocele, patologias que dificultam sua locomoção e o desenvolvimento cognitivo. "Ela usa fralda, precisa de ajuda para andar e sentar. Por isso, precisa de uma cuidadora em sala de aula", explica Keyla.

Antes de ir para a escola estadual, Antonella estou em uma escola especializada, mas a mãe preferiu mudá-la para uma escola regular. "Eu achei que seria mais importante para o desenvolvimento e socialização dela. O que realmente aconteceu. Espero que os cuidadores sejam pagos o quanto antes, porque os alunos estão sendo prejudicados", diz.

Estadão
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