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'Doloroso e ofensivo': a reação à onda de pessoas 'imitando' vítimas do Holocausto no TikTok

Os usuários da plataforma têm postado vídeos fingindo ser vítimas do Holocausto.

27 ago 2020 - 15h37
(atualizado às 16h55)
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O Museu de Auschwitz repudiou a atitude dos usuários da plataforma que 'imitam' vítimas
O Museu de Auschwitz repudiou a atitude dos usuários da plataforma que 'imitam' vítimas
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Uma onda entre usuários do TikTok em que as pessoas fingem ser vítimas do Holocausto foi classificada como "dolorosa e ofensiva" pelo Museu de Auschwitz, na Polônia.

Os usuários compartilharam vídeos em que aparecem com hematomas falsos e vestindo roupas similiares às que os judeus foram obrigados a usar pelos nazistas.

O museu, que fica no local do antigo campo de concentração nazista, afirmou que alguns dos vídeos do aplicativo estavam "além da fronteira da banalização da história".

Mas advertiu ser contra "difamar, envergonhar e atacar" aqueles que participaram da tendência.

Essa moda tem sido fortemente criticada nas redes sociais como "desrespeitosa" e "perturbadora".

Em um comunicado na internet, o museu afirmou o seguinte: "As histórias de pessoas que foram presas e assassinadas em Auschwitz são incrivelmente trágicas, dolorosas e emocionantes".

Acrescenta que alguns dos vídeos "não foram criados para homenagear, mas para se tornarem parte de uma tendência online".

"Isso é muito doloroso", disse o museu em comunicado postado no Twitter.

No entanto, a entidade acrescenta que a "motivação de algumas pessoas" que postaram os vídeos veio "da necessidade de encontrar alguma forma de expressar a memória pessoal.

"Eles usam a linguagem simbólica que lhes é familiar."

Em vez de envergonhar quem participa, as críticas devem ser usadas como um "desafio educacional", diz o museu.

No Holocausto, mais de seis milhões de judeus europeus foram mortos — e mais de um milhão de pessoas morreram em Auschwitz entre 1940 e 1945.

A rede social TikTok ainda não respondeu às questões enviadas pela BBC News.

Em uma postagem no blog do aplicativo em 20 de agosto, a rede social afirmou que adota uma "abordagem proativa para impedir a disseminação do ódio e de grupos extremistas violentos".

Segundo a publicação, as diretrizes da plataforma "proíbem qualquer forma de discurso ou ideologia de ódio, bem como assédio e intimidação".

"Definimos discurso de ódio como 'conteúdo que tem a intenção de atacar, ameaçar, incitar a violência ou desumanizar um indivíduo ou grupo de indivíduos com base em atributos protegidos, como raça, religião, gênero, identidade de gênero, nacionalidade", afirmou a empresa.

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