PUBLICIDADE

Stone Women: livro de Alexandre Alexandre Augusto mostra cotidiano das trabalhadoras da Chapada Diamantina

Livro reproduz exposição fotográfica Mulheres de Pedra, apresentada em Salvador e São Paulo em 2017

7 dez 2018 - 14h10
Compartilhar
Exibir comentários

Durante dois anos, o jornalista e escritor baiano fotografou o cotidiano de trabalhadoras da Chapada Diamantina, região do interior da Bahia, que ganham a vida quebrando blocos de pedras. Editando o material, Alexandre percebeu que ali havia uma narrativa do universo feminino e decidiu montar a exposição Mulheres de Pedra, que agora ganha versão em livro com o título Stone Women.

Foto: DINO / DINO

São 46 fotos - a exposição mostrou 22 delas - de mulheres unidas por um sentimento: dignidade. Fugindo dos estereótipos ou mesmo da vitimização, as imagens apresentam mais do que a realidade das mulheres cortadoras de pedra da região. Coloca-nos diante de algo que não está apenas nas pedreiras, mas na grandeza do feminino. O livro traça uma trilha visual por cidades perdidas no meio do nada, onde a chuva não cai e as cores no cinza quem dá são as mulheres com camisas enroladas no rosto e no pescoço, esmaltes nos pés descobertos e combinações de roupas que soariam fashion em qualquer editorial de moda mais despojado.

O prefácio foi escrito pelo jornalista e escritor Roberto Pompeu de Toledo. Ele conta que as mulheres retratadas no livro ganham R$ 55,00 por cada mil paralelepípedos talhados. E mesmo nessa dura realidade, conseguem equilibrar força e delicadeza: "Eloquente é o detalhe do esmalte nas unhas das trabalhadoras. Uma das fotos mostra a mulher de costas, o braço direito levantado, a talhadeira na mão, prestes a dar o golpe - e faz vislumbrar a unha do polegar pintada de vermelho. O esmalte trabalha contra a lógica da pedra, da dureza e da pobreza, e berra aos céus que se trata de mulheres".

Alexandre Augusto conta que seu primeiro sentimento foi achar aquilo tudo uma exploração, mas foi repreendido por uma das senhoras mais velhas da pedreira, que disse: 'Moço, meu pai foi cortador de pedras e eu faço isso desde menina. Agradeço a Deus todos os dias pela pedra. Foi com a pedra que criei meus filhos. É com a pedra que hoje eles criam meus netos'". O autor explica que as mulheres da Chapada trabalham de sol a sol para botar comida na mesa. "Mesa que de noite elas vão arrumar para os maridos e filhos. É isso que quero mostrar com as minhas fotos. Foi isso que os meus olhos viram. A dignidade dessas mães, esposas e filhas. Mulheres de Pedra tanto no sentido mais literal quanto no mais poético. Força, beleza, aridez, delicadeza... tudo junto", diz Alexandre.

Alexandre Augusto sempre foi um profissional da palavra escrita. Formado em jornalismo pela UFBA, escreveu, ainda na faculdade, a biografia do cantor carioca Moreira da Silva, indicada ao prêmio Jabuti. Morou na África, em Angola, escrevendo reportagens sobre a guerra do país, dormindo em trincheiras e acompanhando os conflitos de perto.

Em Mulheres de Pedra, sua estreia como fotógrafo, Alexandre Augusto troca as palavras pelas imagens com a habilidade de um contador de histórias. Cada foto é como um capítulo de uma narrativa que nos transporta para a realidade dos personagens. Exercendo a sua paixão por fotografia, o jornalista Alexandre Augusto prova mais uma vez que fotografar é, antes de tudo, a arte de contar histórias.

Website: https://www.editoranoir.com/mulheresdepedra

DINO Este é um conteúdo comercial divulgado pela empresa Dino e não é de responsabilidade do Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade