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Redes sociais: como proteger os usuários mais jovens?

1 dez 2020 - 16h25
(atualizado às 17h59)
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Com as facilidades proporcionadas pela popularidade dos smartphones e pela conexão 4G, o alcance das redes sociais é cada vez maior no Brasil e no mundo. Um recente estudo do instituto norte-americano Pew Research Center apontou que o número de usuários ativos nesses ambientes em todo o mundo alcança cerca de 3,02 bilhões por mês até 2021. Esse número representa um terço da população total do planeta.

Foto: PxFuel / DINO

No Brasil não será diferente. Outro estudo divulgado pelo serviço de pesquisa de ofertas CupoNation revelou que o uso das redes sociais vai crescer cerca de 11% até o final de 2025 no país. Isso representaria mais de 150 milhões de pessoas usando Facebook, Instagram, LinkedIn e outros formatos de conexão social.

Apesar de tantos pontos positivos e benefícios proporcionados às pessoas, o uso das redes sociais também apresenta problemas que não são tão incomuns como se poderia pensar. O principal deles está associado à dependência. Psicólogos, psiquiatras e especialistas da saúde mental alertam que o uso das mídias sociais pode trazer consequências como qualquer dependência: ansiedade, irritabilidade, falta de autocontrole. O grupo mais afetado é principalmente os mais jovens. O aumento de casos de depressão e suicídio fez com que especialistas investigassem e identificassem que uma das causas do comportamento dos jovens é o uso excessivo de internet.  

Os mecanismos de recomendação e algoritmos criados para customizar a experiência do usuário muitas vezes potencializam a exposição de crianças a esses flagelos mentais. A morte da garota escocesa de 13 anos Sophie Parkinson, em 2014, ganhou notoriedade. A jovem sofria de distúrbios mentais e sua mãe acredita que ela acabou com a própria vida influenciada por vídeos, incluindo conteúdo instrutivo sobre como se suicidar.

Desde o ano da tragédia da garota Parkinson, o acesso digital e sem filtros de jovens de todas as idades a conteúdos muitas vezes inapropriados somente se expandiu, graças à ampla difusão dos celulares e da internet móvel. O Escritório de Comunicações, órgão de regulação britânico de telecomunicações, estimou recentemente que 90% dos jovens com 12 a 15 anos têm celulares próprios. Três quartos deles têm contas em mídias sociais.

No Brasil, os atendimentos ambulatoriais e as internações no Sistema Único de Saúde ligados à depressão aumentaram 115% entre indivíduos de 15 a 29 anos de 2015 até 2018, de acordo com o Ministério da Saúde. Nesse contexto, a campanha do Setembro Amarelo é um exemplo de iniciativa para dar visibilidade ao problema, que é reconhecido como uma grave questão de saúde pública.    

Reconhecer e remover

Formuladores de políticas e organizações civis propõem caminhos regulatórios mais cuidadosos para os agentes do mercado digital. A britânica Sociedade Nacional para a Prevenção da Crueldade com Crianças recomenda obrigar legalmente as empresas de tecnologias a considerar os riscos que crianças podem enfrentar ao lidar com seus produtos.

A percepção de um impacto negativo dos meios de comunicação sobre a psique infantojuvenil não é novidade. No Brasil, por exemplo, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) repudia qualquer tipo de propaganda dirigida a crianças. No campo da nutrição, a Organização Pan-Americana argumentou em relatório de 2012 que a intervenção nacional sobre a publicidade de alimentos a crianças poderia reduzir a disseminação de problemas de saúde pública, como a obesidade infantil.

Com os celulares, as mídias tornaram-se ainda mais imediatas, e as crianças já não usam a internet apenas para jogos. Nem tudo se resume a joguinhos de roleta, cozinha, vestir, restaurantes, etc. O uso das redes sociais agora é o que marca esse novo século. Recentemente, um vídeo de um jovem tirando a própria vida foi postado no Facebook. A filmagem posteriormente se espalhou para outras plataformas, incluindo TikTok, onde ficou online por dias.

Embora empresas de tecnologia como o TikTok admitam que podem adotar medidas para aumentar a proteção de usuários, muitas organizações consideram a autorregulação setorial insuficiente para conter excessos. Nesse sentido, a legislação federal alemã apelidada "Lei Facebook", de 2017, é precursora em estipular critérios legais para a retirada de certos conteúdos ofensivos ou nocivos de empresas provedoras de serviços de comunicação digital.  

Diante de pressões, as grandes empresas do ramo modificam pouco a pouco suas diretrizes de uso. Facebook anunciou a expansão de uma ferramenta automatizada para reconhecer e remover conteúdo autoagressivo e suicídio do Instagram no início desta semana, mas disse que as leis de privacidade de dados na Europa limitam o que pode fazer. Outras startups menores também estão tentando usar a tecnologia para resolver o problema.

Conversas abertas

Ruth Moss, a mãe de Sophie Parkinson, sugere que muitas vezes é fácil culpar os pais, acrescentando que a tecnologia de segurança só ajuda em circunstâncias limitadas à medida que as crianças se tornam mais independentes. "A maioria dos pais não consegue saber exatamente o que se passa no celular de seu filho adolescente e monitorar o que viu", diz ela.

E muitos especialistas concordam que é inevitável que a maioria das crianças encontre conteúdo impróprio em algum momento, então elas precisam ganhar "resiliência digital".

O psiquiatra Luan Marques, que é professor colaborador da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB), já informou ao Metrópoles que crianças devem passar um máximo diário de duas horas conectadas a telas, conforme recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Junto a cuidados continuados de gerenciamento de tempo e de emoções, essa cautela pode promover uma educação para o bom uso das redes.

Já a Dra. Linda Papadopoulos, psicóloga que trabalha com a Internet Matters, argumenta que "a segurança online deve ser ensinada da mesma maneira que outras habilidades que nos mantêm seguros no mundo físico". A Internet Matters é uma instituição sem fins lucrativos mantida desde 2014 pelos quatro maiores provedores de internet do Reino Unido. O objetivo da organização é oferecer materiais didáticos e aconselhamentos a pais e filhos sobre boas práticas de acesso à internet.

Website: http://www.emarket.ppg.br

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