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Especialistas usam novas tecnologias para conter o avanço de doença causada pelo ato de coçar os olhos

20 set 2018 - 13h53
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No ano passado, o Brasil enfrentou a maior demanda por transplantes de córnea em quase uma década. Dos cerca de 25 mil brasileiros registrados em 2017 no banco de dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), pouco mais de 15 mil passaram pelo transplante, enquanto aproximadamente 9 mil ainda estavam na fila de espera em dezembro, de acordo com dados da ABTO e da Sociedade Brasileira Ceratocone.

Foto: Shutterstock / DINO

Segundo as informações divulgadas, a cada 10 transplantes de córnea realizados no país, sete foram causados pelo ceratocone, doença que provoca a deformação da face anterior ou posterior da córnea, e pode ter origem hereditária ou ser provocada - ou agravada - pelo comum hábito de coçar os olhos. A doença atinge até 110 mil brasileiros, de acordo com a ABTO.

"Essa condição degenerativa pode se manifestar em crianças e adultos, mas é mais comum na adolescência, e a partir daí costuma progredir até em torno dos quarenta anos de idade do paciente, quando passa a se estabilizar", afirma a oftalmologista Renata Alves (CRM 83.686), diretora técnica da Clínica Oftalmológica In Sight, localizada em São Paulo, capital. "É uma doença caracterizada por diminuição da acuidade visual, dores de cabeça, sensibilidade à luz e aumento frequente do grau de miopia e astigmatismo. Como os sintomas são, muitas vezes, comuns aos dessas duas patologias, o diagnóstico correto do ceratocone pode demorar a ser efetuado".

Opções de tratamento

Embora a procura pelos transplantes tenha crescido exponencialmente, profissionais alertam que o invasivo método não é a única forma de tratar o ceratocone, e deve ser reservado para os casos mais graves, enquanto novas técnicas, como o crosslinking, podem ser utilizadas para aumentar a resistência e estabilidade da córnea, o que retarda e pode até evitar um futuro transplante de córnea.

"O crosslinking é um procedimento ambulatorial em que se aplica radiação ultravioleta, em conjunto com vitamina B2, para fortalecer as fibras de colágeno, que agem como 'pilares' de sustentação da córnea, o que diminui sua elasticidade e, assim, reduz a chance de agravamento da degeneração ocular", destaca a especialista Renata Alves, que também coordena o setor de oftalmologia do Hospital América, na Vila Bocaina, em Mauá, São Paulo.

Prevenção e resultados

Um estudo realizado pelo Instituto Penido Burnier, de Campinas, São Paulo, revelou que o crosslink interrompeu o avanço do ceratocone em 87% dos casos, enquanto 45% relataram ainda a melhora da visão. O procedimento é contraindicado apenas em casos com presença de cicatrizes corneanas, herpes ocular, córneas com espessura menor que 400 micra, e em mulheres em período de gestação.

Em alguns casos, nos estágios iniciais do ceratocone, o tratamento pode ser realizado apenas com o uso de lentes de contato ou óculos. Contudo, caso o paciente mantenha o hábito de coçar os olhos, em geral é questão de tempo até que a condição se agrave novamente, afirma a médica.

"Abandone o hábito de coçar os olhos, já que esse tipo de traumatismo favorece a ectasia, que enfraquece a córnea e pode ser o estágio inicial do ceratocone, em primeiro lugar. Já fazer visitas regulares ao oftalmologista e realizar exames de periódicos é fundamental para diagnosticar eventuais fases precoces da doença, quando o tratamento é mais eficaz", destaca a oftalmologista Renata Alves.

Website: http://www.clinicaoftalmo.com.br/

DINO Este é um conteúdo comercial divulgado pela empresa Dino e não é de responsabilidade do Terra
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