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Após profunda vivência na Alemanha, Argentina e Brasil, professor aponta em livro o caminho para estabelecer um país mais igualitário

30 jul 2020 - 15h24
(atualizado às 15h44)
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Será que existe alguma fórmula para um país apresentar menos diferenças sociais e mais desenvolvimento humano? De acordo com o professor e ex-executivo Luis Piemonte, a receita para reduzir a desigualdade passa obrigatoriamente pela aposta em um modelo de desenvolvimento econômico de maior valor agregado e a adoção de valores mais éticos e positivos pela população.

Foto: DINO / DINO

Essa análise é apresentada pela primeira vez no recém-lançado "É possível construir uma sociedade mais justa?", livro baseado na sua profunda vivência ao longo de cinco décadas em três nações diferentes entre si: Brasil, Alemanha e Argentina.

No caso brasileiro, com exceção de negócios pontuais como a indústria aeronáutica, o desempenho comercial externo se sustenta na exportação de recursos minerais, agronegócio, pecuária e café. "O problema da predominância deste modelo praticado não só no Brasil, mas também na Argentina, é que ele não gera empregos qualificados e margem financeira que possam se reverter em benefícios para a população. Isso compromete diretamente a melhoria da estrutura social da sociedade, além de favorecer a concentração de renda nas classes dominantes", explica o professor.

Já na Alemanha, o modelo se baseia hegemonicamente em produtos de alto valor agregado. São exemplos a indústria farmacêutica e automotiva, além da produção de complexas máquinas de todos os tipos, componentes para geração de energia e equipamentos de medicina diagnóstica.

"As características da vida atual e futura de uma nação dependem diretamente do planejamento do modelo de desenvolvimento econômico, porque é ele que gera os recursos financeiros imprescindíveis para o desenvolvimento social", analisa Piemonte.

Valores praticados no dia a dia

Segundo o escritor, além do fator econômico, os valores equivocados da sociedade - tanto a brasileira, quanto a argentina - resultam em níveis culturais insuficientes para o aumento da qualidade de vida e erradicação da desigualdade. Práticas arraigadas como corrupção, pouco comprometimento pessoal e profissional, preconceito (social, econômico e racial), violência de gênero e falta de solidariedade são comportamentos disseminados e pouco combatidos em ambos os países sul-americanos.

De acordo com o ex-executivo, a experiência nesses três países revelou, sobretudo, que as atitudes efetivamente praticadas pelas pessoas são diferentes daqueles publicamente declaradas, que, na maioria dos casos, são apenas amostras dos altos índices de hipocrisia que caracterizam as sociedades modernas.

Segundo ele, esta constatação o levou a analisar detalhadamente as diferentes relações nesses países com questões como trabalho, ética, estrutura social, educação, comprometimento, autoestima e preconceitos. "Os valores colocados em prática em cada um desses temas resultam na capacidade das sociedades conduzirem o seu destino, alcançando graus menores ou maiores de qualidade vida para seus integrantes", aponta Piemonte.

O autor lembra que apesar de diferenças marcantes na formação étnicas das sociedades brasileiras e argentinas, em ambos os países a existência da pobreza no país se apresenta como uma situação estável e aceita. O assunto é tratado sempre nos seus sintomas, nunca nas suas causas que exigem planejamento, investimentos de longo prazo e continuidade entre um governo e outro.

"É diferente do que foi feito na Coreia do Sul, que apesar de ter sido muito pobre, cresceu num ritmo de dois dígitos por quase três décadas com base no aperfeiçoamento e oferta de educação para todos, assim como a escolha certa dos negócios mais convenientes para o país em um planejamento de longo prazo", mostra o escritor.

Experiência em três sociedades

O autor conheceu profundamente três países bastante diferentes entre si ao longo de uma carreira de quase cinquenta anos como executivo de multinacionais. Nascido na Argentina, onde se formou em engenharia eletrônica, migrou para a Alemanha antes dos trinta anos para trabalhar na Siemens, empresa em que ocupou cargos de gerência nas áreas de melhorias de desempenho e produtividade. Depois de quase dez anos na Europa, foi transferido para o Brasil no começo dos anos 80, residindo até hoje no país.

O intercâmbio com outras culturas se manteve frequente, mesmo após se fixar em solo nacional, por meio de treinamentos e palestras realizadas em mais de dez países. Essas vivências e seu interesse pelo comportamento dos cidadãos, tanto nas áreas privadas quanto públicas, conferiram a ele conhecimento suficiente para debater e analisar a conduta socioeconômica e cultural destas nações no livro "É possível construir uma sociedade mais justa?".

A experiência no Brasil e exterior ainda abriu caminho para Piemonte se tornar professor de pós-graduação na Fundação Getúlio Vargas (FGV), função exercida por cerca de 20 anos. "Foi durante a minha experiência acadêmica que comecei a colocar no papel essas análises, a partir de exemplos que usava em sala de aula", recorda.

Ele conclui que o seu grande desejo é poder rever o que foi escrito daqui alguns anos e encontrar uma situação em que os alemães não tenham recuado nos seus princípios democráticos, níveis de qualidade de vida e estabilidade social, mas que os países da América do Sul tenham evoluído para alcançar padrões muito próximos ou similares aos da nação europeia.

O livro "É possível construir uma sociedade mais justa" pode ser encontrado em: https://www.amazon.com.br/poss%C3%ADvel-construir-sociedade-mais-justa-ebook/dp/B081T92BPC

Website: https://sociedademaisjusta.com.br/

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