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Dinheiro realmente compra felicidade, diz estudo

26 jul 2017 - 12h05
(atualizado às 13h44)
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Pesquisadores afirmam que é possível ser mais feliz pagando: a forma correta de gastar seria dar dinheiro a alguém para executar tarefas que consomem tempo.

Dinheiro pode comprar felicidade? Um estudo divulgado pela Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, mostra que sim, especialmente se o dinheiro é gasto para economizar o tempo. Pessoas que usam dinheiro para pagar serviços como a limpeza de casa, entregas e táxis são mais felizes do que quem prefere economizar com esse tipo de atividade.

Seis mil pessoas em quatro países participaram da pesquisa, que se baseou num experimento. Cada participante recebeu 40 dólares para gastar por duas semanas. Na primeira semana, eles tiveram que comprar algo material e, na segunda, pagar por serviços que economizariam tempo. Os entrevistados disseram que se sentiram mais felizes ao poupar tempo de que fazer compras.

"O dinheiro pode comprar a felicidade se gastarmos da maneira correta", diz a professora de Psicologia da Universidade da Colúmbia Britânica, Elizabeth Dunn, coautora do estudo realizado no Canadá, Estados Unidos, Dinamarca e Holanda. Ela é uma das autoras do livro Dinheiro feliz: A arte de gastar com inteligência.

A forma correta de gastar é pagar alguém para executar tarefas que consomem tempo e que não gostamos de fazer, explica o coordenador da pesquisa, Ashley Whillans, da Faculdade de Administração de Harvard. Quando as pessoas fazem isso, se sentem mais satisfeitas com a vida e mais felizes. Segundo Whillians, comprar algo material tende a não trazer a felicidade desejada.

Nível de felicidade

No Canadá, quando os participantes gastaram dinheiro com compras, o nível de felicidade foi de 3,7 numa escala de 0 a 5. Quando as pessoas gastaram o dinheiro para alguém arrumar o jardim ou entregar compras, a pontuação subiu para 4. Dunn diz que a pequena diferença é estatisticamente significativa.

Dunn observa que frases como "dinheiro não compra felicidade" e "tempo é dinheiro" são erradas. Outros estudos mostram que pessoas têm menos tendência a fazer trabalhos voluntários ou ajudar o meio ambiente quando relacionam o tempo com dinheiro.

A enfermeira Lynda Jones, de Indianápolis, nos EUA, contratou uma faxineira depois de concluir a faculdade, e diz que isso evita o estresse. Ela também contratou um serviço de entregas de compras. "Não é muito caro quando eu penso o quanto o meu tempo custa", diz Jones. "Você sempre pode conseguir dinheiro, mas você não pode comprar o tempo de volta."

Pesquisas anteriores já mostraram que usar dinheiro para ajudar outras pessoas e ter experiências agradáveis, como um dia no spa ou fazer uma viagem, as fazem mais felizes do que comprar coisas materiais.

Nos EUA, "comprar tempo" eleva a felicidade dos americanos em 0,77 ponto numa escala de 0 a 10, com proporções semelhantes nos outros países pesquisados. Whillans diz que, apesar de não parecer muito, o número é relevante.

A pesquisa também concluiu que pessoas com menos dinheiro ficaram ainda mais felizes ao gastar com serviços que poupam tempo do que os que têm mais condições financeiras. Apenas 28% dos entrevistados gastam dinheiro com esse fim, uma média de 148 dólares por mês.

"Comprar tempo através de aquisições faz muito sentido", diz o pesquisador Edward Diener, da Universidade de Illinóis, ao elogiar a relevância do estudo.

KG/ap/ots

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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