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Depoimentos: 'Vermelho' também hackeou DJ e usou nome de motorista para alugar imóvel

Presos com Walter Delgatti Neto deram suas versões no inquérito dos hackers; veja os principais pontos de cada depoimento

27 jul 2019 - 16h18
(atualizado em 28/7/2019 às 13h45)
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Presos por suspeita de hackear autoridades junto com Walter Delgatti Neto, o "Vermelho", outros três envolvidos no vazamento de conversas do Telegram deram suas versões para a Polícia Federal na quarta, 24. A Globo News teve acesso e o Estado confirmou os depoimentos.

Veja abaixo os principais pontos dos primeiros depoimentos do DJ Gustavo Henrique Elias Santos, sua namorada Suelen Priscila de Oliveira e também do motorista Danilo Cristiano Marques.

Gustavo Henrique Elias Santos

Em seu depoimento, o DJ afirmou que também foi hackeado por Delgatti Neto em fevereiro deste ano. Ele diz que Delgatti confirmou tê-lo hackeado e que, meses depois, disse ter acessado a conta do ministro da Justiça, Sérgio Moro. Ele diz ter os registros da conversa com Delgatti Neto.

O DJ negou que tenha praticado golpes ou fraudes brancárias. Ele justificou sua movimentação financeira com negociações em criptomoedas (sem declarar o valor total de suas carteiras de bitcoins) e em seu trabalho como DJ. O dinheiro em espécie encontrado com ele, R$ 99 mil, foi acumulado como lucro de suas aplicações, disse o DJ.

O DJ afirmou que Delgatti Neto é simpatizante do Partido dos Trabalhadores (PT), mas disse não saber se ele tinha vínculo com qualquer sigla. Ele contou que o hacker teria contado para ele de sua intenção de vender o conteúdo das conversas do Telegram para o PT, sem detalhar para quem.

Gustavo afirmou estar em união estável com Suelen, mas que ela desconhece suas movimentações financeiras. Ele diz ter feito operações em nome da namorada para agregar volume em sua movimentação bancária e, assim, obter créditos.

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Suelen Priscila de Oliveira

Também em depoimento no dia 24 de julho, Suelen afirmou que desconhece as operações financeiras de Gustavo e o que ganhou relacionado a criptomoedas, mas confirmou que o namorado fazia movimentações em seu nome. Ela disse que o dinheiro em espécie encontrado em sua residência têm como origem o trabalho de Gustavo como DJ e comercialização de bitcoins.

Suelen afirmou que Gustavo não tem atualmente relação de amizade com Delgatti Neto. Ela diz ter conhecido Delgatti em uma viagem a Santa Catarina, quando ele foi preso por falsidade e Gustavo por porte ilegal de arma.

Ela diz que presenciou o momento que Gustavo teve sua conta de Telegram invadida por Delgatti Neto, mas que nunca conversou com Delgatti Neto sobre o assunto. Ela diz não ter informações sobre o possível envolvimento de Delgatti Neto e Gustavo em fraudes ou golpes.

Danilo Cristiano Marques

Também preso sob suspeita de integrar o grupo que hackeou autoridades do País, o motorista de Uber (veja nota da empresa abaixo) Danilo afirmou à Polícia na quarta que emprestou seu nome para Delgatti Neto alugar imóveis e comprar dólares. O pedido teria acontecido no início de 2018. Por ser amigo de Delgatti Neto, ele afirma ter concordado. O imóvel teria sido alugado em Ribeirão Preto. As contas do imóvel ficaram em seu nome.

De acordo com Danilo, Delgatti também a passou a usar um cartão em seu nome para transferir e receber pagamentos. Ele diz não ter recebido pagamentos ou vantagens para fornecer seu nome a Delgatti Neto.

Danilo diz não ter informações dos processos contra Delgatti Neto na Justiça ou se ele pratica fraudes ou golpes pela internet. Também disse não saber de eventual envolvimento de Delgatti Neto em invasões de contas no Telegram.

Nota de esclarecimento - Uber

A Uber esclarece que Danilo Marques realizou apenas 3 viagens utilizando o aplicativo e que não realiza viagens na plataforma há quase três meses.

Estadão
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