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CPFL passa a olhar distribuidoras da Eletrobras no Nordeste, dizem fontes

3 mai 2018 - 19h09
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A CPFL Energia tem avaliado distribuidoras de eletricidade no Nordeste do Brasil que a Eletrobras quer vender neste ano, ativos hoje deficitários mas com potencial de lucro sob uma administração privada e novos investimentos, disseram três fontes com conhecimento do assunto.

Uma das fontes, que pediu para não se identificada, afirmou que a CPFL, da chinesa State Grid, passou a olhar com maior interesse as distribuidoras da estatal que atuam no Piauí (Cepisa) e em Alagoas (Ceal), que inicialmente não estavam na lista de prioridades da companhia.

Uma outra pessoa com conhecimento da situação afirmou que funcionários da CPFL chegaram até a visitar a Cepisa.

"A CPFL tem interesse nessas duas distribuidoras", disse a fonte, referindo-se à Cepisa e Ceal.

A CPFL, maior grupo privado do setor elétrico brasileiro, passou a olhar o leilão após mostrar-se fora da acirrada disputa pela distribuidora Eletropaulo, que seria o "sonho" inicial da companhia, por atender a região metropolitana de São Paulo, o principal centro consumidor do país.

"Eles tinham muita expectativa de comprar a Eletropaulo, mas a briga Enel e Neoenergia colocou o preço fora do propósito e num patamar que parece injustificável", acrescentou.

Ao final de abril, Enel e Neoenergia travaram uma forte disputa antes mesmo da operação para adquirir até a totalidade das ações da Eletropaulo, prevista para o início de junho.

O leilão das distribuidoras da Eletrobras, inicialmente agendado para maio, foi adiado para que o Tribunal de Contas da União possa concluir avaliação sobre a licitação. A expectativa do governo agora é realizar a licitação em junho.

Procurada sobre as distribuidoras da Eletrobras, a CPFL Energia afirmou que "sempre avalia todas as oportunidades de aquisição de ativos que possuem sinergia e complementariedade com o seu portfólio de negócios".

POTENCIAL

Para uma das fontes, as distribuidoras do Piauí e de Alagoas têm um "enorme potencial de crescimento" e podem ser uma alternativa para a expansão no ramo de distribuição no Brasil.

A fonte frisou que com uma "boa e ágil" administração, "com práticas modernas de governança", é possível recuperar as problemáticas distribuidoras da Eletrobras.

"Um poste em São Paulo remunera o mesmo valor, a mesma coisa que um poste em Teresina, Maceió, Manaus, Alagoas ou qualquer outro lugar do país", comentou a fonte.

Além de deficitárias, as distribuidoras da Eletrobras sofrem com problemas de inadimplência e furtos de energia, agravados por atuarem em Estados menos desenvolvidos do país.

Devido aos elevados prejuízos acumulados nos últimos anos, cada distribuidora da Eletrobras será vendidas a um preço simbólico mínimo de 50 mil reais, associado a obrigações de aporte de capital e investimento nas empresas.

Além de Piauí e Alagoas, a Eletrobras quer vender as distribuidoras com atuação no Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima.

Pelas regras da licitação, o vencedor da disputa por cada concessionária deverá realizar aportes nas empresas após a compra que devem variar de cerca de 240 milhões de reais nas elétricas de Rondônia e do Acre a um máximo de 721 milhões, na Cepisa, do Piauí.

Somadas as seis distribuidoras, o aporte imediato de capital exigido será de 2,4 bilhões de reais.

Além da CPFL, elétricas da Índia, incluindo a Adani Power, a CESC e a Tata Power, já demonstraram interesse em disputar o leilão dos ativos da Eletrobras, segundo fontes afirmaram à Reuters anteriormente.

Entre as companhias com atuação do Brasil, Energisa e Equatorial e Enel já disseram que poderiam avaliar as distribuidoras.

Procurada, a Eletrobras afirmou que não comentará o assunto porque o tema tem sido tratado com sigilo.

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