Top Picks: Isolamento social fecha escolas e investidor observa geração de caixa das empresas
Segundo analistas, as empresas, que já tiveram o faturamento prejudicado no ano passado com a redução do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), estavam apostando na retomada da economia em 2020 para se recuperarem
O isolamento social, provocado pela pandemia do novo coronavírus, trouxe mudanças no setor de educação. Com escolas fechadas, as aulas passaram a ser remotas - e alguns alunos já desistiram dos cursos com dificuldade de pagar as mensalidades. O impacto da crise vai depender muito do cronograma de retorno das atividades e a evolução do cenário de desemprego e confiança do consumidor. Mas as estratégias de cada uma das empresas para sobreviver à esse momento estão sendo observadas de perto pelos investidores, que estão de olho na geração de caixa e garantia de manutenção das receitas de companhias como Cogna e Yduqs.
Segundo analistas, as empresas, que já tiveram o faturamento prejudicado no ano passado com a redução do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), estavam apostando na retomada da economia em 2020 para se recuperarem. Agora, diante do atual cenário de covid-19, terão que montar novos planos para continuar atraindo alunos e ampliar os ganhos financeiros. Os investidores dizem que é hora de olhar cada empresa isoladamente e entender a capacidade de cada uma de atravessar esse momento mais complicado.
Cogna e Yduqs, por exemplo, passam por momentos diferentes. A Yduqs, que briga pela liderança no mercado brasileiro, acabou de ter aprovada a aquisição da Adtalem Global Education Inc no Brasil pelo Conselho de Administração e Defesa Econômica (Cade). Com a compra da americana, por R$ 2,2 bilhões, a empresa passará a ter faturamento anual de R$ 4,5 bilhões.
A líder Cogna registrou em 2019 receita líquida de R$ 7,02 bilhões. Recentemente, a empresa disse que a oferta subsequente de ações (follow on) concluída em fevereiro, levantando R$ 2,6 bilhões, reforça significativamente o caixa e a deixa preparada para os desafios que 2020 apresenta. Em relação especificamente à covid-19, a Cogna já anunciou a liberação de diferentes conteúdos didáticos para atender alunos que vão prestar vestibular e até mesmo pequenos empresários que buscam orientação em cursos de empreendedorismo.
Cursos à distância
Antes de recomendarem as carteiras aos investidores, os analistas discutem as possibilidades de ganhos das empresas com os cursos à distância. Luís Sales, da Guide Investimentos, diz que a desistência de cursos presenciais deve aumentar em função do isolamento social e também do aumento do desemprego no País. Por outro lado, explica, é possível ver alguma migração para o ensino à distância (EAD).
"O EAD possui um tíquete menor do que o ensino presencial e no geral o impacto tende a ser mais negativo", observa Sales.
O estrategista de Pessoa Física da Santander Corretora, Renato Chanes, diz que empresas listadas estão melhores preparadas do que o restante do mercado, dada a maior capacidade tecnológica, que permitiu a implementação rápida de ensino à distância em cursos que até então eram presenciais. Mas Alvaro Bandeira, sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais, explica que no Brasil a cultura de aulas remotas está apenas começando.
"O setor educacional no Brasil está passando por transformações e também por processos de fusões e aquisições, que devem continuar junto com recursos escassos destinados ao Fies. Por tudo isso o setor deve passar por dificuldades, mas temos que considerar que algumas empresas saíram na frente e conseguiram se capitalizar para atravessar o momento, além de terem se especializado em ministrar e vender processos de cursos à distância, como a líder Cogna", comenta Bandeira.
Troca de carteiras
Terminado o mês, as corretoras promoveram várias trocas nas carteiras. A Ativa colocou a Cogna ON na lista. Também entraram Bradesco PN e BRF ON. Saíram Copasa ON, Hypera ON e Vale ON. O Santander retirou Yduqs ON e CPFL Energia ON e inseriu Hapvida ON e Multiplan ON. A Terra Investimentos tirou Cosan ON e Marfrig ON para colocar Ultrapar ON e JBS ON.
Na Guide Investimentos, saíram do portfólio Cemig ON, Centauro ON e Suzano ON e entraram Bradesco PN, Via Varejo ON e Minerva ON. A corretora informou que com o avanço do coronavírus, as companhias pertencentes ao setor de alimentos acabaram se beneficiando por conta da maior demanda e também pelo câmbio, que favorece a exportação.
"A escassez de oferta nos Estados Unidos poderá servir como suporte de preço para a Minerva nesse segundo trimestre. Ainda, acreditamos que a companhia possui oportunidades de valorização no curto prazo", diz a Guide. Na última terça-feira, a Minerva Foods informou que registrou um lucro líquido de R$ 271,2 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo um prejuízo de R$ 31,4 milhões de igual período de 2019.
TOP PICKS
ÁGORA INVESTIMENTOS
Itaú Unibanco PN
Sanepar Unit
Taesa Unit
Tenda ON
TIM ON
ATIVA INVESTIMENTOS
Bradesco PN
Magazine Luiza ON
Cogna ON
CPFL ON
BRF ON
BB INVESTIMENTOS
Copel PNB
Marfrig ON
Rumo ON
Suzano ON
Vale ON
DAYCOVAL
Cyrela ON
Gerdau PN
Guararapes ON
Taesa Unit
Vale ON
GUIDE INVESTIMENTOS
Bradesco PN
B3 ON
Via Varejo ON
MInerva ON
Weg ON
MIRAE ASSET
BRF ON
Magazine Luiza ON
Minerva ON
Pão de Açúcar ON
Vale ON
MYCAP
JBS ON
Gerdau PN
Localiza ON
BR Distribuidora ON
Weg ON
MODALMAIS
CSN ON
Magazine Luiza ON
Marfrig ON
Petrobras PN
Weg ON
PLANNER
CTEEP PN
Engie ON
Hapvida ON
Odontoprev ON
Vale ON
SANTANDER
Bradesco PN
Hapvida ON
JBS ON
Lojas Renner ON
Multiplan ON
SOCOPA
Bradesco PN
CVC ON
GPA ON
Hapvida ON
Vale ON
TERRA INVESTIMENTOS
Cemig PN
Itaú Unibanco PN
ULtrapar ON
Yduqs ON
JBS ON
XP INVESTIMENTOS
Banco do Brasil ON
Sanepar Unit
GPA ON
JBS ON
Vale ON