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Coronavírus

Top Picks: Ambev deve mostrar recuperação no curto prazo, mas analistas ainda pregam cautela

Relaxamento das restrições sociais e reabertura de bares e restaurantes pode impulsionar as vendas de bebidas, mas concorrência acirrada deve segurar os lucros do setor

16 out 2020 - 21h10
(atualizado em 17/10/2020 às 00h06)
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O relaxamento das restrições sociais na maioria das cidades brasileiras deve impulsionar os volumes de vendas de bebidas pela Ambev - e o resultado deve ser percebido já nos resultados do terceiro trimestre. No entanto, os analistas revelam cautela em relação aos fundamentos da cervejaria quando olham mais para frente. Principalmente por conta da concorrência, que limita o espaço para aumentar os preços e as margens.

Este é o cenário traçado por Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos. "Durante o terceiro trimestre, diversas regiões afrouxaram o isolamento social, começando a abrir bares e restaurantes, e com isso tivemos um aumento de 8,2% nas vendas da Ambev no acumulado do ano até agosto", diz. No entanto, após o primeiro momento de retomada, a percepção sobre a empresa deve voltar a piorar. "Daqui um ano, a ação não deve mais se tornar tão atrativa devido à concorrência e à margens estreitas, que vêm caindo há alguns anos", afirma Chinchila.

Para Luciana de Carvalho, do Banco do Brasil Investimentos (BB-BI), a alta acumulada da ação em outubro (de aproximadamente 6%) se deve principalmente à recuperação dos volumes e ao fato de o valor da ação ter se tornado atrativo para os investidores. "No entanto, em termos de fundamentos para o setor, preferimos aguardar o comportamento do consumidor com maior flexibilização, principalmente no quarto trimestre, para termos maior visibilidade no que diz respeito a volume e fazer as devidas alterações em nossas estimativas e recomendação", diz. A recomendação do BB-BI para o papel é de manutenção.

Na visão de Pedro Serra, gerente de Research da Ativa Investimentos, o auxílio emergencial ajudou a impulsionar a demanda por cerveja, o que traz boas perspectivas de curto prazo para a Ambev. "Contudo, reiteramos que o longo prazo ainda é desafiador para a gigante brasileira, haja vista a deterioração da renda disponível das famílias após o fim do auxílio emergencial e, consequentemente, do consumo, bem como o crescimento acelerado das concorrentes", afirma.

O mesmo auxílio emergencial que ajudou a Ambev pode prejudicá-la no médio prazo, de acordo com o analista do Daycoval Investimentos, Enrico Cozzolino: preços subindo a ladeira. Com a comida mais cara, sobra menos dinheiro para a cervejinha. "A alta da inflação em alimentos adiciona certo risco, já que eleva a cautela da empresa em repassar preços, e pode trazer certa desvantagem em relação aos concorrentes", diz.

Em relação às carteiras recomendadas, o maior número de alterações para a próxima semana foi feita pela Mirae Asset, que manteve somente Gerdau PN. Entraram na lista CCR ON, Magazine Luiza ON, Randon PN e Weg ON.

A MyCap fez três mudanças, com as saídas de B3 ON, Banco do Brasil ON e Eztec ON, para as entradas de BRF ON, Direcional ON e Vulcabrás ON.

A Ativa realizou duas trocas em relação à semana passada, retirando Ânima ON e Bradesco PN para as entradas de Even ON e Indústrias Romi ON. Quem também fez duas mudanças em sua lista foi o Daycoval, com as trocas de CTEEP PN e Movida ON por B3 ON e Omega Geração ON. Por fim, a Guide Investimentos realizou uma troca, de JBS ON por B2W ON.

Estadão
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