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Coronavírus

Sachsida diz que, ao falar de País 'quebrado', Bolsonaro reforça defesa de consolidação fiscal

Para secretário, presidente usou 'jargão popular' para mostrar que tem conhecimento da delicada situação das contas públicas do País e também apoiar a agenda de reformas

5 jan 2021 - 22h45
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O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, considera que o presidente Jair Bolsonaro usou um "jargão popular" ao dizer que o Brasil está "quebrado" e que essa declaração do chefe do Poder Executivo reforça o compromisso do governo com a consolidação fiscal, porque mostra que a gestão federal não pode conceder novos benefícios tributários e que tem conhecimento da situação delicada das contas públicas.

"O que o presidente deu foi uma tremenda declaração em defesa da consolidação fiscal, mostrando o compromisso do presidente da República com a estabilidade macroeconômica. Eu pessoalmente acho que é um tipo de declaração que mostra para todo o mercado que o presidente está sim comprometido não apenas com agenda de reformas, mas com a agenda de consolidação fiscal", afirmou Sachsida à CNN.

A apoiadores hoje cedo, Bolsonaro disse que não "consegue fazer nada" e citou como exemplo supostas mudanças na tabela do Imposto de Renda estudadas pelo governo no ano passado. "O Brasil está quebrado, chefe. Eu não consigo fazer nada. Eu queria mexer na tabela do imposto de renda, tá (sic), teve esse vírus, potencializado pela mídia que nós temos, essa mídia sem caráter", afirmou Bolsonaro a um apoiador na saída do Palácio da Alvorada nesta manhã.

Para Sachsida, o Brasil não está "de maneira alguma, de jeito nenhum" quebrado. Ele reforçou o discurso da equipe econômica de que o País está se recuperando depois do tombo na atividade em 2020 por causa da pandemia de covid-19.

"É claro que o primeiro trimestre ainda tem questões relacionadas à pandemia, ainda é um pouco mais difícil. Mas ao longo do primeiro semestre a economia vai melhorando. Vai ser um bom ano. O setor privado está entrando forte, as reformas econômicas estão andando", declarou.

Para o secretário, é um equívoco dizer que a agenda do governo não está avançando, citando as votações do marco do saneamento, da independência do Banco Central e o projeto da BR do Mar, entre outros, reforçando a necessidade de diálogo com o Congresso nestes temas. Mas ele fez um mea-culpa. "Eu infelizmente não consegui criar alguns consensos. Quem sabe a partir de hoje a gente consiga criar mais consenso e avançar nisso?", disse.

Estadão
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