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Coronavírus

Pesquisa revela impacto da covid-19 na vida dos brasileiros

Maioria da população aderiu a novos hábitos de higiene, com cuidados na prevenção à doença

8 jun 2020 - 15h10
(atualizado em 9/6/2020 às 17h10)
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Três professoras do Programa de Pós-Graduação em Administração da Unigranrio (Universidade do Grande Rio) estão à frente de uma pesquisa iniciada em meados de abril para coletar dados sobre o impacto que a pandemia da covid-19 trouxe para quem mora no Brasil. O trabalho está em curso e até agora já recebeu respostas de cerca de dois mil participantes. Há algumas informações que sobressaem como, por exemplo, as alterações em vários hábitos, como forma de se prevenir à contaminação, a preocupação com a crise econômica e o índice de violência doméstica.

A abrangência da pesquisa é ampla, com diversos grupos sociais, ouvindo homens, mulheres, pessoas de etnias diferentes, de todas as faixas de renda e localidades no País. Denise Franca Barros, Julia Pinto de Carvalho e Rejane Prevot Nascimento pretendem manter o projeto em evidência enquanto a pandemia se mostrar ativa, reavaliando regularmente sua continuidade.

Rejane e Denise (acima) e Julia: professoras comandam pesquisa na Unigranrio (Universidade do Grande Rio)
Rejane e Denise (acima) e Julia: professoras comandam pesquisa na Unigranrio (Universidade do Grande Rio)
Foto: Divulgação

Os primeiros resultados dão conta de que a população brasileira aderiu, em massa (acima de 80%), a novas rotinas que minimizam a exposição ao coronavírus: o aumento da frequência com que lavam as mãos, o uso constante do álcool em gel, a redução da ida aos supermercados, a limitação dos eventos sociais presenciais, a exigência da distância de um metro e meio quando em filas, etc.

Atrela-se a isso o receio de contrair a doença, de falta de medicamentos e equipamentos, e mesmo de recorrer a unidades de saúde para tratamento.

Há também um desconforto claro dos entrevistados (respondem a um questionário disponível no endereço: https://forms.gle/LVzf9tjw2oVeuXg5A) com relação a questões ligadas à renda, desemprego, redução de salários, etc.

“A gente quer olhar essas mudanças e ver como elas afetam as pessoas. Já temos muitos dados que vão servir mais adiante para outros estudos, artigos em publicações científicas, e como informação importante à sociedade”, explica Denise Barros.

A pesquisadora cita que o tema violência doméstica foi abordado até agora por 10% dos que preencheram o questionário – aproximadamente 200 pessoas, a maioria mulheres -, o que chamou sua atenção e a das outras professoras.

Há uma série de caminhos que podem ser desvendados com a sequência da pesquisa. Saber por que as mulheres relatam mais estresse que os homens durante o isolamento social ou por que razão os solteiros estão comendo mais do que os casais – até o momento, respostas computadas apontam nesse sentido.

Embora o grupo ainda aguarde a expansão da pesquisa, a fim de consolidar a aquisição de um material mais robusto, é possível, por enquanto, vislumbrar que muita gente atravessa a tempestade confiante em dias melhores.

“Uma das últimas perguntas é uma indagação sobre como as pessoas imaginam a vida pós-pandemia. Há a prevalência de opinião de um futuro promissor, com ênfase em aspectos relacionados à espiritualidade”, diz Denise.

Fonte: Silvio Alves Barsetti
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