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Coronavírus

Mercados internacionais fecham mistos com avanço da pandemia na Ásia

Investidores temem que cepa encontrada na Índia prejudique a retomada da economia do continente asiático; no fim de semana, Taiwan e Cingapura voltaram a endurecer o isolamento

17 mai 2021 - 17h40
(atualizado às 18h21)
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Os principais índices do exterior fecharam sem sentido único nesta segunda-feira, 17, com investidores monitorando o avanço da covid-19 na Ásia, principalmente com a cepa mais contagiosa do vírus que circula na Índia. Além disso, a divulgação de dados econômicos na China também ficou no radar, com a segunda maior economia do mundo mostrando um ritmo lento, mas estável, de recuperação.

Neste fim de semana, Taiwan e Cingapura decidiram endurecer suas restrições para frear a taxa de infecções por covid. No Reino Unido, também pesou a possibilidade de que a cepa B.1617.2, originada na Índia e mais transmissível que a primeira variante encontrada no bloco em 2020, atrase os planos de reabertura da economia local previstos pelo governo do primeiro-ministro do país, Boris Johnson.

Entre especialistas, o temor é que o avanço da pandemia na Índia atrapalhe também a recuperação da Ásia. Nesse cenário, indicadores positivos da economia chinesa, divulgados hoje, melhoraram parcialmente o humor. Em abril, a produção industrial da China teve acréscimo anual de 9,8%, menor do que o ganho de 14,1% de março, mas acima das expectativas de alta de 9,1%. Porém, as vendas no varejo ficaram aquém das expectativas no último mês, ainda que tenham saltado 17,7%.

Já na agenda de indicadores dos Estados Unidos, o índice de atividade industrial Empire State caiu de 26,3 em abril para 24,3 em maio, ficando abaixo das expectativas. Já o índice de confiança das construtoras ficou em 83 em maio, inalterado em relação a abril. O resultado veio em linha com a previsão do The Wall Street Journal.

Bolsas de Nova York

Nova York realizou lucros nesta segunda, após dois pregões seguidos de ganhos tocando o patamar dos 2%. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq caíram 0,16%, 0,25% e 0,38% cada. Declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), também foram monitoradas. Hoje, o vice-presidente da instituição, Richard Clarida, reiterou que a alta inflacionária dos EUA é temporária, mas garantiu que o Fed tem instrumentos suficientes para contê-la, se necessário.

O temor ante a alta da inflação fez os rendimentos dos títulos do Tesouro americano subirem, apesar dos dados econômicos mistos nos EUA. Os papéis com vencimento para dez e trinta anos subiram 1,6% e 2,35% cada. Por serem considerados mais seguros, a alta desses ativos costuma pressionar os índices inflacionários, que são mais arriscados.

Bolsas da Europa

No continente europeu o clima foi misto. O índice Stoxx 600, que concentra as principais empresas da região, cedeu 0,05%, enquanto a Bolsa de Londres teve queda de 0,15%, Frankfurt perdeu 0,13% e Paris recuou 0,28% - por lá, os papéis da siderúrgica Arcelormittal subiram 1,45%, após a União Europeia e os EUA decidirem suspender temporariamente as tarifas relacionadas a uma disputa comercial em torno do aço.

Na contramão desse movimento, Milão, Madri e Lisboa tiveram ganhos de 0,39%, 0,11% e 0,89% cada.

Bolsas da Ásia

Dados positivos ajudaram os índices chineses de Xangai e Shenzhen a fecharem com ganhos de 0,78% e 1,15% cada. A Bolsa de Hong Kong também avançou 0,56%. Na contramão - de olho no avanço da covid -, Taiwan teve um tombo de 2,99%, Tóquio cedeu 0,92% e Seul teve baixa de 0,60%;

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no azul, em alta de 0,13%, mas distante das máximas do pregão, quando subiu mais de 0,70% em seu melhor momento.

Petróleo

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta, se recuperando de queda no início da sessão. A melhora das perspectivas para a demanda global pela commodity, diante do relaxamento de restrições à mobilidade em países desenvolvidos, como os EUA e a desvalorização do dólar ante moedas rivais puxaram a alta.

O WTI com entrega prevista para junho fechou em alta de 1,38%, a US$ 66,27 o barril, enquanto o do Brent para julho avançou 1,09%, a US$ 69,46. /MAIARA SANTIAGO, GABRIEL CALDEIRA E SÉRGIO CALDAS

Estadão
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