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Coronavírus

Com exceção da Ásia, mercados internacionais fecham em queda após impasse nos EUA

Democratas e republicanos não conseguem chegar a um meio termo sobre o pacote de estímulos fiscais prometido pela Casa Branca e negociações se arrastam há semanas

13 ago 2020 - 06h59
(atualizado às 18h48)
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Com exceção das Bolsas asiáticas, que fecharam majoritariamente em alta, o dia foi negativo para os mercados da Europa e Nova York nesta quinta-feira, 13. O impasse em torno da votação do pacote de estímulos nos Estados Unidos continua chamando a intenção dos investidores. Nesse cenário, republicanos e democratas parecem não conseguir entrar em acordo.

Os investidores seguem apreensivos por conta da falta de entendimento em Washington quanto ao novo pacote fiscal. Em entrevista coletiva, Pelosi afirmou que não sabe quando retomará as negociações com a Casa Branca. Democratas querem um pacote mais robusto do que o proposto pelos republicanos, com valor mínimo US$ 2 trilhões. A legenda governista, no entanto, tem sido firme na oposição ao repasse de recursos para estados e municípios.

Nesse cenário, a porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, fez novo clamor pelo pacote. "Nancy Pelosi [presidente da Câmara dos Representantes] precisa voltar do recesso e negociar pacote fiscal", afirmou

Bolsas da Ásia

Nos negócios de quarta, as bolsas americanas tiveram ganhos de cerca de 1% a 2,1% e o S&P 500 ficou muito próximo da máxima histórica. Contribuíram para o bom humor o anúncio de que o governo dos EUA fechou contrato para comprar da Moderna 100 milhões de doses de uma possível vacina contra o coronavírus e números de inflação acima das expectativas.

O índice acionário japonês Nikkei subiu 1,78% em Tóquio, impulsionado por ações dos setores farmacêutico e de eletrônicos, enquanto o sul-coreano Kospi avançou 0,21%, em seu nono pregão consecutivo de ganhos e o Taiex registrou alta de 0,73% em Taiwan. O Xangai Composto subiu 0,04% e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,06%.

Em Hong Kong, o Hang Seng contrariou o tom positivo na Ásia e terminou o dia em ligeira baixa de 0,05%. Na Oceania, a bolsa australiana foi pressionada por projeções desfavoráveis que acompanharam os balanços financeiros de algumas empresas locais. O S&P/ASX 200 caiu 0,67% em Sydney.

B0lsas da Europa

No velho continente, o mesmo pacote fiscal travado na Câmara derrubou os índices e fez o Stoxx 600 encerrar com baixa de 0,63%. A Bolsa de Londres cedeu 1,50%, a de Paris caiu 0,61% e a de Frankfurt se desvalorizou 0,50%. Já Milão, Madri e Lisboa tiveram perdas de 0,88%, 0,62% e 0,06% cada.

Bolsas de Nova York

Pela manhã, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que processou 963 mil solicitações de auxílio-desemprego na semana encerrada em 8 de agosto, uma queda de 228 mil em relação aos sete dias anteriores. O indicador não ficava abaixo de 1 milhão desde março, quando os efeitos mais agudos da pandemia começavam a ser sentidos. Contudo, nem mesmo a notícia impediu a piora nas Bolsas.

O impasse na votação dos estímulos fiscais prometidos pelo governo americano fez o mercado acionário de Nova York fechar sem sentido único nesta quinta. O Dow Jones encerrou em baixa de 0,29% e o S&P 500, terminou com desvalorização de 0,20%. O Nasdaq, no entanto, avançou 0,27%, sustentado pela forte alta dos papéis da Apple, de 1,77% e do Facebook, de 0,54%.

Petróleo

Hoje, a Agência Internacional de Energia (AIE) estimou que a queda na demanda de petróleo em 2020 será de 8,1 milhões de barris por dia, a 91,1 milhões de bpd. "Neste relatório, reduzimos nossa previsão para 2020 em 140 mil bpd, a primeira diminuição em vários meses, refletindo a paralisação da mobilidade, pois o número de casos de covid-19 permanece alto, assim como a fraqueza no setor de aviação", justificou a instituição, em relatório.

Com isso, o WTI para setembro, referência no mercado americano, encerrou com baixa de 1,01%, a US$ 42,24 o barril, enquanto o Brent para outubro, referência no mercado europeu, teve perda de 1,03%, a US$ 44,96 o barril./COLABOROU MAIARA SANTIAGO E ANDRÉ MARINHO

Estadão
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