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Coronavírus

Mercado tem dia de ganhos e Bolsa fecha aos 85 mil pontos; dólar fica a R$ 5,45

Investidor respira aliviado, após vídeo da reunião não apresentar nenhuma novidade; é o maior valor para a B3 desde o dia 10 de março e o menor valor de fechamento da moeda desde 30 de abril

25 mai 2020 - 09h25
(atualizado às 19h22)
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A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, teve um dia de ganhos nesta segunda-feira, 25, e fechou aos 85.663,48 pontos, uma alta de 4,25%, apesar da antecipação do feriado de 9 de julho no Estado de São Paulo. Já o dólar renovou as mínimas e fechou a R$ 5,4579. Além dos fatores externos, traz alívio ao mercado hoje, o fato do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril não ter revelado nada além do que se já conhecia no caso das possíveis interferências na Polícia Federal por parte de Jair Bolsonaro.

A gravação, divulgada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, é uma das provas do ex-ministro Sérgio Moro de que Bolsonaro teria tentado interferir na PF. E com a ausência de novos fatos, a gravação não causou tanto temor aos investidores, que reagem positivamente nesta segunda. Contudo, o vídeo levantou outras inúmeras questões que ainda devem ficar no radar do mercado, como o fato do ministro da Educação, Abraham Weintraub, dizer que "botava na cadeia" todos os ministros do STF.

Porém, apesar das expectativas frente aos desdobramentos da gravação, o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, operou em alta durante todo o pregão. Pela manhã, a Bolsa abriu com alta de 3,26% e alcançou rapidamente os 84.855.93 pontos - na máxima do dia, a B3 subia aos 85.875,60 pontos.

Os resultados desta segunda foram uma surpresa ao mercado, já que com as Bolsas de Nova York fechadas devido ao feriado do Memorial Day nos Estados Unidos, não eram esperados ganhos tão elevados para a sessão desta segunda. Com o pregão de hoje, a B3 acumula alta de 6,41% na semana e 25,93% no ano. Foi a primeira vez desde 10 de março que a B3 fechou aos 85 mil pontos.

Entre as maiores altas do Ibovespa hoje, estão Via Varejo ON, com 15,57%, seguida por CVC, com 13,07%, Cyrela, com 12,43% e MRV, com 12,12% - todas beneficiadas pela expectativa de uma possível retomada da economia do Brasil, que segue em quarentena devido ao novo coronavírus.

Também registrou ganho no pregão, as ações do Banco do Brasil, com ganho de 10,49%. As ações foram beneficiadas pela rápida declaração de Paulo Guedes na reunião ministerial de 22 de abril, de que o banco público tinha que ser privatizado,

Câmbio

O dólar abriu as negociações desta segunda com queda acentuada de quase 1,5%, cotado a R$ 5,4957, em meio a um otimismo no cenário financeiro mundial. Às 11h21, a moeda bateu a mínima do dia, ao ser negociada a R$ 5,4574. Este é o menor valor para um fechamento da moeda desde o dia 30 de abril.

Além do cenário político local, a queda da moeda americana no exterior, em meio ao processo de reaberturas de economias europeias, também ajudou a retirar pressão dos negócios domésticos. Nas casas de câmbio, de acordo com levantamento realizado pelo Estadão/Broadcast, o dólar turismo é cotado próximo de R$ 5,80. Já o dólar junho fechou com queda de 1,72%, a R$ 5,4450.

Com a queda de hoje, o dólar reduziu a alta em maio, que já superou os 4%, para apenas 0,35%. No ano, porém, a moeda americana ainda sobe 36% e o real segue com o pior desempenho em uma cesta de 34 divisas.

Cenário internacional

Mesmo em meio a crescentes tensões entre Estados Unidos e China, situação que tem como pivô Hong Kong e que se mantém no radar dos investidores, os mercados internacionais voltam as atenções à reabertura econômica de alguns países ao redor do mundo.

Países como Alemanha, que já retornou com partidas de futebol, realizadas sem público e Itália, com pessoas já frequentando centros comerciais, são exemplos de locais em que o distanciamento social tem sido afrouxado. Ainda no país alemão, o índice de sentimento das empresas subiu da mínima histórica de 74,2 pontos em abril para 79,5 pontos em maio, com a reabertura da economia.

Na Ásia, há expectativas de que o Japão suspenda em breve o estado de emergência, o que aliviaria restrições à atividade econômica em Tóquio e em outras regiões importantes do país. Já na Coreia do Sul, um apelo foi feito hoje pelo presidente Moon Jae-in para que o Parlamento sul-coreano aprove rapidamente um novo orçamento extraordinário destinado a amenizar os efeitos do coronavírus na economia do país.

Petróleo

A commodity foi beneficiada nesta segunda, pela retomada gradual de algumas das maiores economias do mundo. O aumento nas atividades da China também anima, já que o país asiático é um dos maiores consumidores de petróleo do mundo. No entanto, os temores entre as tensões EUA-China ainda pesam no mercado petroleiro.

O Brent para junho, referência no mercado europeu, fechou com alta de 1,28%, a US$ 35,58 barril. Já o WTI para o mesmo mês, referência no mercado americano, fechou com alta de 1,35%, a US$ 33,70 o barril.

Bolsas do exterior

As Bolsas da Ásia fecharam com alta nesta segunda. Na China continental, os mercados encerraram os negócios em direções opostas. O Xangai Composto avançou 0,15% e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 0,09%. Em Hong Kong, o Hang Seng teve ligeira alta de 0,10% e o japonês Nikkei subiu 1,73%. Na Coreia do Sul, o Kospi subiu 1,24%, enquanto o Taiex ganhou 0,56% em Taiwan. Na Oceania, o S&P/ASX 200 se valorizou 2,16% em Sydney - a maior alta em três meses.

Os resultados não foram diferentes nas Bolsas da Europa, também beneficiadas pelos feriados nos Estados Unidos e também no Reino Unido. O índice Stoxx 600 encerrou em alta de 1,38% e na Bolsa de Frankfurt, o DAX subiu 2,87% e em Milão, o índice FTSE MIB avançou 2,98%. Na Bolsa de Paris, o CAC 40 ganhou 2,15% e em Madri, o Ibex 35 encerrou em alta de 2,38%. Em Lisboa, o PSI 20 avançou 0,84%./LUÍS EDUARDO LEAL, ALTAMIRO SILVA JÚNIOR, ANDRÉ MARINHO E MAIARA SANTIAGO

Estadão
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