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Coronavírus

H3N2 e covid-19 causam corrida aos postos de saúde em SP

Pacientes com sintomas respiratórios lotam unidades de pronto atendimento no interior do Estado

5 jan 2022 - 10h56
(atualizado às 11h02)
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Agente de saúde prepara dose da vacina contra covid-19
Agente de saúde prepara dose da vacina contra covid-19
Foto: Reuters

SOROCABA - Pessoas com sintomas gripais estão lotando as unidades de saúde neste início de ano em todo o interior de São Paulo. Os sintomas, como febre, dor no corpo, dor de garganta, coriza e tosse, podem indicar tanto a infecção pelo vírus da influenza, como pelo coronavírus. Já há casos de pessoas que tiveram resultado positivo para as duas doenças ao mesmo tempo. No caso da gripe, circula em quase todas as cidades o influenza A H3N2, não combatido pela vacina aplicada este ano. A variante ômicron do coronavírus também se espalha cada vez mais pelo interior.

Em São José do Rio Preto, desde segunda-feira, 3, as unidades de pronto atendimento (UPAs) estão lotadas. Pacientes relataram espera de até oito horas pela consulta. A cidade enfrenta um surto de gripe e já registrou sete casos positivos da variante ômicron. A Secretaria Municipal de Saúde informou que está montando um centro de atendimento respiratório para absorver "a demanda crescente de síndromes gripais e casos de covid." Segundo a pasta, estão disponíveis 40 mil testes antígenos para serem aplicados nas pessoas que apresentarem sintomas de covid.

Campinas teve uma manhã de hospitais lotados, nesta terça, devido à alta procura de pacientes com sintomas gripais. Em algumas unidades, devido à superlotação, pacientes chegaram a se deitar no chão. A prefeitura informou que a demanda por atendimento quintuplicou esta semana em relação ao início da semana passada. Na Rede Mário Gatti, que administra os hospitais e unidades de pronto atendimento municipais, 2,3 mil pessoas foram atendidas das 7 horas da manhã de segunda-feira às 7 desta terça.

Em muitos casos, os pacientes tinham sintomas leves que poderiam ser tratados em casa. "Não há necessidade de correr para a unidade de saúde se estiver gripado", pediu a prefeitura em rede social. O município informou que está remanejando médicos e pagando adicional a plantonistas para reforçar o atendimento. A circulação da variante ômicron já foi confirmada na região.

Pacientes com sintomas respiratórios lotam pronto atendimentos de Ribeirão Preto desde a noite de segunda. Houve filas nas principais unidades de pessoas com sintomas compatíveis com gripe e que também podiam estar associados à covid-19. Entre domingo e segunda, as três principais UPAs da cidade registraram 5,7 mil atendimentos, número 56% maior em comparação com o mesmo período da semana passada. A prefeitura já confirmou a transmissão comunitária da variante ômicron da covid-19 e a circulação da cepa H3N2 da influenza A na cidade.

Em Marília, a prefeitura estendeu em duas horas o horário de atendimento das principais unidades de saúde para dar conta da demanda. As três unidades passaram a atender só pacientes com sintomas gripais. Usuários, no entanto, reclamaram de espera de até oito horas para serem atendidos. A prefeitura informou que uma das unidades ficou com um médico a menos e que a demanda aumentou além do esperado. Segundo a prefeitura, como os sintomas da gripe e da covid são parecidos, muitos moradores ficam confusos e vão às unidades mesmo sem absoluta necessidade. A cidade já confirmou um caso da variante ômicron.

Em Jundiaí, mais de 6 mil pessoas com sintomas gripais passaram pelas unidades de atendimento entre 27 de dezembro e 2 de janeiro, segundo levantamento da prefeitura. O número é 57% maior que no auge da pandemia, na segunda semana de março último. Para o município, o aumento dos casos é reflexo das festas de fim de ano. Em Piracicaba, moradores chegaram a fazer fila do lado de fora das unidades de pronto atendimento na manhã desta terça. A prefeitura informou que, como em todo o estado de São Paulo, a cidade passa por um surto de gripe "que tem levado ao aumento significativo no atendimento das UPAs".

Os vírus da covid e da gripe estão coexistindo em muitas cidades. Em São Carlos, nos três primeiros dias de 2021, um em cada três pacientes com sintoma gripal testados na rede municipal teve resultado positivo para influenza. Já entre os testados para covid-19, a média foi um caso positivo a cada quatro testes. Em Sorocaba, uma moradora de 22 anos relatou ter sido infectada pela covid-19 no Natal e pelo vírus influenza A H1N1 dois dias depois. Ela começou a se sentir mal depois de voltar de uma festa em São Paulo. A jovem recebeu o resultado do exame PCR positivo para covid-19 no dia de Natal - ela estava vacinada com as duas doses. No dia 17, recebeu o resultado positivo para a gripe. A paciente se trata em casa, em isolamento, e já teve melhora nos sintomas.

Estadão
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