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Coronavírus

Empresas familiares mostram resiliência na pandemia

Segundo levantamento feito pela BanyanGlobal em 25 países, essas companhias tendem a sair melhor da crise

8 mar 2021 - 11h54
(atualizado às 12h03)
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RIO - Empresas familiares tendem a sair melhor da crise pela maior capacidade de resiliência, avaliou pesquisa inédita realizada pela consultoria BanyanGlobal com empresas familiares ao redor do mundo. Ao todo foram 140 entrevistas em 25 países, sendo a maior parte das respostas de empresas dos Estados Unidos, seguido de Reino Unido e Brasil.

No início da pandemia, a mesma pesquisa revelou que 90% das empresas familiares tiveram impacto negativo por causa da doença, porcentual que caiu para 66% na nova rodada de perguntas, realizada entre meados de outubro e 30 de dezembro do ano passado. Apenas 5% dessas empresas relataram impacto positivo com a pandemia na primeira pesquisa, o que foi elevado para 22% no segundo levantamento, informou a consultoria, que é especializada em ajudar na transição de gerações das empresas familiares.

As empresas familiares também estão enxergando potenciais benefícios imediatos ou de longo prazo que resultarão da sua resposta à crise. Mais de 80% dos entrevistados estão otimistas quanto ao futuro da empresa familiar. "Muitos negócios se beneficiam por serem de propriedade familiar. Empresas familiares costumam ser resilientes", destaca a pesquisa.

Das empresas pesquisadas no fim de 2020, 41% informaram que adiaram investimentos; 35% reduziram (ou irão reduzir) o pagamento de dividendos; 24% colocaram funcionários de licença; 31% demitiram, enquanto 26% lançaram mão da redução de salários e/ou benefícios. Pelos próximos três meses, 75% estão preocupados com perda de receitas e 51% temem ter fluxo de caixa insuficiente para honrar seus compromissos.

Apesar do forte impacto produzido pela pandemia, a pesquisa também revela uma dose de otimismo, com 76% dizendo estar confiante de que conseguirão fazer as mudanças necessárias para se adaptar aos novos rumos da economia. Para os próximos cinco anos, 85% acreditam numa trajetória positiva dos negócios.

O levantamento feito pela BanyanGlobal também abordou os benefícios imediatos ou a longo prazo que podem surgir a partir da reação das empresas à crise: 68% dos entrevistados acreditam que conseguirão tornar a operação mais eficiente, enquanto 60% apostam em novas oportunidades de negócios.

Uma característica comum às empresas familiares é o envolvimento com a comunidade e funcionários, destacou a consultoria. Durante a pandemia, 90% dos entrevistados implementaram medidas para aprimorar a segurança dos funcionários e quase a metade, 44%, forneceu suporte adicional sem custo para seus colaboradores. O apoio às comunidades locais também levou mais da metade das empresas (51%) a realizar doações para minimizar impactos e fortalecer a saúde dos moradores.

As empresas que participaram da pesquisa atuam em diversos setores da economia, com destaque para indústrias, companhias de serviços financeiros, prestadores de serviços profissionais, construção civil e setor imobiliário.

Do total, 39% faturaram até US$ 30 milhões em 2019 e 12% tiveram receitas superiores a US$ 1 bilhão naquele ano. A administração de 27% está na primeira geração da família e de 32% está nas mãos da segunda geração. No Brasil, foram 31 empresas pesquisadas, a maioria de grande porte, disse a consultoria.

Estadão
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