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Coronavírus

Em reunião emergencial, BCE promete elaborar nova ferramenta para ajudar membros endividados

Autoridade monetária tenta conter perdas no mercado que alimentaram temores de nova crise da dívida na periferia do bloco

15 jun 2022 - 09h55
(atualizado às 10h19)
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FRANKFURT/MILÃO - O Banco Central Europeu apresentou nesta quarta-feira, 15, novas medidas para conter as perdas no mercado que alimentaram temores de uma nova crise da dívida na periferia do bloco, mas parece ter decepcionado alguns investidores que esperavam algo mais decisivo.

Os rendimentos dos títulos governamentais dispararam na periferia do bloco monetário de 19 países desde que o BCE revelou na última quinta, 9, planos de aumentar os juros em julho e setembro para domar a inflação dolorosamente alta que está em risco de se tornar arraigada.

A liquidação foi exacerbada pela ausência de qualquer plano concreto do BCE para limitar este aumento dos custos de empréstimo, o que levantou temores de que as autoridades sejam muito complacentes com a situação de nações mais endividadas como Itália, Espanha e Grécia.

Diante da ameaça de uma repetição da crise de dívida que quase derrubou o euro há uma década, o BCE disse que será flexível ao reinvestir o dinheiro a vencer de seu recém-encerrado esquema de suporte da pandemia de 1,7 trilhão de euros, e que avaliará um novo instrumento a ser elaborado pela sua equipe.

"O Conselho do BCE decidiu designar os Comitês relevantes do Eurosistema junto com os serviços do BCE para acelerar a conclusão do projeto de um novo instrumento antifragmentação para avaliação do Conselho", disse o BCE em uma reunião extraordinária.

Os investidores não pareceram ter ficado muito satisfeitos, já que esperavam medidas mais decisivas e mais detalhes.

O euro caía cerca de 0,5% contra o dólar após o comunicado do BCE, enquanto os rendimentos italianos saltavam cerca de 7 pontos básicos.

A diferença entre os títulos de 10 anos da Itália e da Alemanha, importante indicador, aumentou para 239 pontos básicos, de 224 pontos antes do anúncio.

"Era isso que eles deviam ter dito semana passada. Melhor uma semana mais tarde do que nunca", disse o economista do Pictet Wealth Management Frederik Ducrozet.

Estadão
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