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Coronavírus

Em ano de pandemia e auxílios emergenciais, Dataprev tem lucro recorde de R$ 265 milhões

Resultado é 79,4% maior que o observado em 2019, quando ficou em R$ 147,7 milhões; lucro atribuído à covid equivale a 25,5% do total, ou R$ 67,6 milhões

12 abr 2021 - 19h16
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BRASÍLIA - Responsável pelo processamento de benefícios sociais, incluindo o auxílio emergencial a vulneráveis, a Dataprev teve um lucro recorde de R$ 265 milhões em 2020. O resultado é 79,4% maior que o observado em 2019, quando ficou em R$ 147,7 milhões.

O lucro atribuído à pandemia equivale a 25,5% do total, ou R$ 67,6 milhões. Segundo a Dataprev, R$ 50,2 milhões foram obtidos com novos projetos e mais de R$ 17,4 milhões foram poupados com a adoção do teletrabalho para os servidores do órgão. Dessa economia, R$ 5,9 milhões deixaram de ser gastos com viagens.

Embora boa parte do resultado tenha vindo da situação extraordinária provocada pela covid-19, o presidente da Dataprev, Gustavo Canuto, afirma que o lucro recorde não será meramente transitório.

"O conhecimento desenvolvido e os ganhos de produtividade são permanentes. As novas soluções desenvolvidas pela empresa para o auxílio emergencial e outras iniciativas de enfrentamento à pandemia, como o BEm (benefício emergencial pago a trabalhadores com redução de jornada e salário ou suspensão de contrato) e o benefício concedido a artistas por meio da Lei Aldir Blanc, evidenciaram novos nichos de negócios e produtos para a Dataprev, inclusive em outras esferas governamentais", afirma Canuto.

Segundo ele, a empresa adquiriu expertise na detecção, correção e prevenção de fraudes, o que abre um novo leque de possibilidades de atuação. Além de fazer o processamento dos auxílios criados durante a crise da covid-19, a Dataprev também é responsável pela folha de pagamento de benefícios previdenciários.

Canuto destaca ainda o ganho de produtividade obtido pela empresa, com aumento do faturamento e redução dos gastos com pessoal a partir do trabalho remoto. Nas contas da Dataprev, o lucro por empregado saltou de R$ 42,68 mil em 2019 para R$ 91,19 mil em 2020, um aumento de 113,65%.

A empresa também economizou R$ 61,6 milhões com a redução de pessoal próprio por meio do Programa de Adequação de Quadro (PAQ), em 2020, e do Plano de Demissão Incentivada (PDI), no fim de 2019. Essas medidas reduziram as despesas com pessoas e com as estruturas de unidades da empresa que foram desativadas.

Outro impacto positivo veio da redução de R$ 43,8 milhões em despesas operacionais, devido à menor necessidade de provisão para perda com clientes. A Dataprev tem buscado maior inserção no setor privado, embora seu maior cliente ainda seja o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A Dataprev é uma empresa 100% pública. O resultado positivo de 2020 deve gerar o pagamento de R$ 65,9 milhões em juros sobre o capital próprio e de R$ 122,9 milhões em dividendos adicionais a serem distribuídos ao INSS e à União. Juntos, os valores são 438,11% maiores que o observado em 2019.

A União, por sua vez, tem planos para privatizar a companhia. Segundo Canuto, existem estudos do BNDES para avaliação de alternativas de desestatização ou parceria com a iniciativa privada. "É importante ressaltar, no entanto, que a empresa não tem ingerência nessa questão", diz.

Estadão
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